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O Nobel de Economia Joseph Stiglitz garante: “É absurdo dizer que os ricos são excessivamente taxados.”
Patricia Cohen, do New York Times, foi verificar o que aconteceria se os muito ricos pagassem um pouco mais impostos. Fez a contas.
Nos EUA, o 1% superior (um milhão e 130 mil famílias com renda anual acima de 2,1 milhões de dólares) paga de imposto um terço de sua renda. A conta inclui impostos diretos e indiretos, previdência etc.
O grupo 95%-99% paga em média um dólar em cada quatro.
Abaixo deles, na metade inferior, o imposto é de menos de 10%.
Quanto é possível arrecadar pedindo aos mais ricos que paguem um pouco mais?
Se o imposto total subir para 40% a arrecadação aumenta 157 bilhões.
Se 45% – 267 bilhões. Mesmo incluindo impostos estaduais e locais, cada família levará para casa 1 milhão. Dá para manter as mordomias.
O top 0,1% representa 115 mil famílias. Renda média indecente de 9.4 milhões. Um total de 40% de impostos produziria 55 bilhões de receita extra.
Isso paga o custo de todos os cursos superiores dos EUA.
Se cobrar 45% desse grupo privilegiado, dá 109 bilhões. Dá para oferecer ajuda de 2.500 dólares a cada criança do ensino básico.
O top 0.1% possui 20% da riqueza nacional. Nos anos 1970, esse grupo tinha 7%.
O economista Thomaz Piketti sustenta: “A redução espetacular do imposto dos ricos é responsável pelo aumento da desigualdade.”
Ganhos de capital são taxados em no máximo 23.8% – é problema, diz Piketty. 70% dos ganhos de capital vão para o top 1%
Stiglitz: A lei dos EUA não distingue investimento no exterior, especulação em imóveis ou construir uma nova fábrica.
Devia dizer: Te dou uma dedução generoso se você investir aqui.
Só essa mexida nos impostos sobre capital pirata e rendimentos geraria 1.34 trilhão de dólares nos próximos dez anos.
No momento, as regras fiscais subsidiam a desigualdade. Lá e aqui.
No Brasil, um relatório do CPP do Insper comenta:
A desigualdade de renda continua sendo muito alta no Brasil. Na média, os 10% mais ricos ganham 40 vezes mais que os 10% mais pobres. Essa diferença ainda é muito alta se compararmos com outros países.
Por exemplo, se fizermos a mesma análise nos Estados Unidos, a diferença entre os ganhos é de 15 vezes. Na França e no Canadá a distância entre rendas da camada mais rica e da mais pobre cai ainda mais e é apenas 10 vezes maior.