O Coxa subiu pela oitava vez. E agora?

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Um dos herois da volta à Serie A. Ficará?

Futebol tem lógica. A lógica da cautela. Do tedioso método de não deixar o outro fazer gol na esperança que surja uma oportunidade de fazermos o nosso. Combina com o Coritiba, o clube que melhor incorpora a alma curitibana.

Pois Curitiba sempre foi isso: um tédio. Uma cidade de comedores de vina que, por décadas, vêm assistindo à mesma chuva cair sobre as mesmas calçadas malcuidadas. Gente paciente que começou a jogar futebol quando um alemão chamado Fritz Essenfelder – na verdade, um alemão nascido na Argentina – trouxe a primeira bola e ensinou à turma os rudimentos do sistema 2-3-5.

E pacientemente juntou dinheiro para erguer um estádio. Hoje é um estádio bonito, que contem partes dos estádios anteriores. Distinguir essas partes, de diferentes épocas, traz a emoção de quem mostra os anéis de crescimento de uma imbuia de 116 anos. Como é uma árvore bem cuidada, ela vai viver mais 300 ou 400.

Todo esse passeio pela botânica explica o prudente zero a zero de ontem.

Não era preciso ganhar – bastava não perder para provar que estes dois anos na Série B foram apenas um tombo, não o início de um escorregão prolongado.

Alçado de volta pela oitava vez à Série A o que esperar desse clube de comedores de vina? A transição tem lógica, a mesma da classificação – antes de sair contratando é preciso evitar que outros contratem nossas joias.

Temos duas – Pedro Morisco e Lucas Ronier. Dois meninos que podem ser atraídos por salários quatro ou cinco vezes maiores do que os atuais, pela promessa da glória na Premier League e a convocação pelo Ancelotti. Como convencê-los a ficar mais um ano ou dois? Difícil. Mas eu começaria tentando o pai, a mãe, a esposa – gente com um estoque maior de prudência.

Há uma terceira joia, o Mozart, um dos nossos, legítimo comedor de vina. Ele deve estar preocupado em continuar sua carreira em vez de ser vaiado até quando entrega o que promete. Como segurar o Mozart, um técnico que tem a capacidade de lidar com imprevistos como foi ontem a ausência de Wallisson e Josué? Impossível – mas pode ser que ele seja maluco bastante para querer ficar.

A lógica da transição pede sabedoria ao planejar a meta para 2026. Formar um time invencível? Nem pense nisso. Ganhar o Brasileirão? O Brasileirão é a competição mais difícil do mundo. Exige um supertime no campo e outro no banco. A Copa Brasil? Olha, se é para sonhar, sonhe com a Copa Brasil, um mata-mata que depende de time para chegar às oitavas, mas às vezes se resolve com um sorteio favorável.

De qualquer forma, vamos comemorar!

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