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Governo e política, crime e segurança, arte, escola, dinheiro e principalmente gente da cidade sem portas
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Não vai acontecer nada com o senador da grana na bunda. Somos a pátria do elitismo

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Um acordão no Senado permitiu ao ex-vice-líder do governo Jair Bolsonaro Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado com dinheiro na cueca e entre as nádegas, pedir na terça-feira (20) afastamento por 121 dias.

Com isso, o Ministro do STF Luis Roberto Barroso revogou o ato em que afastava o senador e que poderia acabar em cassação do mandato dele.

Rodrigues continuará como investigado no ar condicionado de casa.  Não é investigado por um deslize qualquer: a polícia diz que ele está envolvido em desvio de dinheiro destinado ao combate à Covid-19 em Roraima. Crime abominável.

A menos que apareçam evidências cabeludíssimas, reassumirá sua cadeira em quatro meses e vida que segue. No Brasil, quem tem foro privilegiado e um advogado caro (ele tem três) pode fazer praticamente tudo sem risco de cadeia.

O nome disso é elitismo. Herança portuguesa.

Na Revista dos Tribunais de 2015, vol.958 (Agosto 2015), Hugo Otávio Tavares Vieira, mestre em Direito e juiz federal da 1.ª Região, escreve que o elitismo está no DNA do Brasil.

As Ordenações Filipinas, transformadas em lei brasileira por D. Pedro I, vigoraram no nosso país até 1916, quase cem anos após a independência. Valiam mesmo após a revogação em Portugal, em meados do século 19.

Eram um monumento ao elitismo. Hugo Otávio cita trechos da lei portuguesa/brasileira e chama a nossa atenção para a ordenação que fala do meirinho-mor (primeiro livro. tít. LVII. caput e item 1):

“O Meirinho Mór deve ser homem muito principal e de nobre sangue, que as causas de muita importância, que lhe per nós, ou per nossas Justiças requeridas, possa bem fazer. (…) E a seu ofício pertence prender pessoas de Estado, e grandes Fidalgos, e Senhores de terras, e tais, que as outras Justiças não possam bem prender (…).”

Apesar do estilo empolado, o espírito da ordenação é claro. “Até mesmo para uma função menor, como a de meirinho, as Ordenações exigiam sangue nobre”.

O autor continua: “O que denuncia elitismo doentio é o fato de que existia um meirinho especial para prender nobres. Em outras palavras, um criminoso nobre não podia ser preso, nem sequer tocado, por um pobre. O malandro nobre só podia ser preso por um funcionário de sua própria estirpe. Isso ia além de uma sociedade aristocrática.”

“Era uma sociedade de castas”, diz o autor.

E continua sendo.

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Posted on 21st outubro 2020 in Sem categoria  •  No comments yet
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Drive thru – porque daqui a pouco acaba a pandemia

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kklklk A vida pela janela.

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O Santa Maria valoriza os projetos de investigação. O site do colégio diz que eles “propiciam condições para que as crianças sejam protagonistas de suas aprendizagens, elaborando e investigando hipóteses sobre o ambiente em que vivem. Por meio da investigação, percebem o mundo e as relações que nele se estabelecem.”

Hoje, o projeto importante é o drive thru. Impossibilitados de oferecer aulas presenciais, os professores conversam pela janela com alunos e pais. Não é quebra da quarentena: lá estão as máscaras e o distanciamento; é apenas um momento encantado. Um verifica que o outro não se transformou definitivamente em imagem do Zoom.

Eis a hipótese investigada com sucesso: é possível sobreviver ao isolamento com aulas virtuais e ter um aproveitamento não muito distante do normal. E é uma alegria verificar como aquela professora mais veterana ficou feliz com o resultado dos alunos e, sobretudo, com ela mesma.

Vamos reconhecer: mergulhar de cabeça em toda essa tecnologia foi uma incrível vitória pessoal.

Agora ela consegue tirar o máximo de sua câmera Logitech. Transformou o zoom meeting em zoom class. Sabe usar fundos virtuais. Gráficos e tabelas ficam mais bonitos. Melhora o rendimento do microfone. Acabou a reverberação. E a iluminação está mais certinha.

Aulas remotas, aposto, nunca mais deixarão a escola. Por mais que o mundo volte ao normal.

 

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Noel, Mônica e tamborim

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gghghghg Assisti ontem à live de Mônica Salmaso com a turma reunida pelo Roberto Menescal. Super qualidade. Canta para o computador como se estivesse enfrentando a plateia do Paiol. Aqui, em 2014, perto do Natal, Monica homenageou Noel Rosa. O espetáculo trouxe a Curitiba 17 das mais de 250 composições feitas por Noel ao longo da sua curta carreira. No palco. o grupo Companhia Ilimitada usou instrumentos tradicionais e alguns não convencionais.  Foto AFSJ.

 

 

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No tempo do terno e gravata

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Magazin Avenida. Fechou em 1997. Vestiu curitibanos e curitibanas durante décadas. Abrigou o Silvestre, alfaiate que cortou boa parte dos ternos que desfilaram nas melhores festas da sociedade. Um dia o Magazin morreu, vítima do pret-a-porter, de maus clientes e de problemas de gerenciamento. Foto José Kalkbrenner

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SOL SILENTE

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Distópico.

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Aviso aos curitibanos: esse não é o “esplêndido sol silente de raios deslumbrantes” descrito por Walt Whitman em famoso poema.

É só um sol – um pobre sol no ocaso, transfigurado.

Nuvens de poeira, fumaça e gases vindas do oeste fragmentam a luz. Produzem tons vermelhos, violetas, amarelos, laranjas. Alarmes.

O espectro de luz que encanta os namorados do Bosque do Papa e assombra os ambientalistas não é só um fenômeno da ótica. É um Mal’ak. Vem anunciar um mundo sem divisões. Não mais libertos e escravos, patrícios e plebeus, lordes e servos, mestres e aprendizes, numa palavra, opressores e oprimidos. Apenas a vasta massa de sufocados na nuvem tóxica do ocidente.

Em 1953, o estrategista da RAND Corporation Herman Kahm criou o termo Megadeath para designar a eliminação de um milhão de pessoas. Alguém argumentou mais tarde que a guerra nuclear, longe de ser impensável, poderia ser uma decisão política realística para os EUA. A ideia foi debatida nos altos escalões e mais tarde nos baixos escalões até que se tornou, sob o nome de “Megadeath”, uma banda heavy metal.

Abaixo da linha do Equador, o termo não é muito conhecido. Mas as mortes em massa pela

  1. pandemia mal controlada,
  2. incêndios florestais,
  3. pelo envenenamento da água, do ar e do solo

somam quase uma Megamorte.

Se os bons vencerem, entretanto, Megamorte pode virar mote para um evento de hip hop.

O boletim do momento diz que o povo, bem, boa parte do povo ainda acredita em se proteger com máscaras, álcool e distanciamento.

Falta acreditar na advertência do anjo: expulsem da cidade os falsos pós-doutores de Harvard e os mestres de araque de Navarra, que negam o aquecimento, a vacina e a mais-valia.

Ou eles expulsam todos nós , os não-resignados.

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SINAIS DE TRÂNSITO DE CLET ABRAHAM

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KKLKLK .

 

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Hoje, trabalhando numa rua de Oslo, ouço a pergunta:

-Isso que você está fazendo é legal?

-Não é a pergunta certa – disse. Você deveria perguntar: -Isso que você está fazendo é bom ou mau?

Ele retrucou:

-Tudo bem, mas o que significa esse desenho?

-Significa que deveria ser proibido morrer no mar Mediterrâneo só porque você está tentando escapar da miséria ou da guerra.

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P.S. –  Clet Abraham é um artista de rua francês que mora em Florença. Está no Facebook.

Posted on 4th outubro 2020 in Sem categoria  •  No comments yet
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Ao mar!

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ffhfhf Os navios de cruzeiro atracados desde março em Miami.

 

 

Quem sonhava com viagem em transatlântico de luxo não precisa mais sonhar.

O roteiro do luxo está traçado. A publicidade anuncia amplas suítes com vista para o mar. Os mais belos destinos em sete continentes. Atendimento personalizado por comissários que falam sua língua. Restaurantes abertos 24 horas. Cassino, club, fitness e beauty center.

Você será recebido a bordo por um staff em uniforme de gala, que servirá o melhor champagne em taças de cristal da Bohemia.

Não é cedo para toda essa festa?

Claro que é. O governo dos EUA  só liberou os cruzeiros para atender a pressão da indústria do turismo da Flórida, um dos estados-pêndulo que podem dar a vitória a Trump dia 3 de novembro.

Agora, vejam a crueldade das companhias que se preparam para voltar a operar: elas mantém milhares de tripulantes trancados em navios sem receber pagamento. Haitianos, salvadorenhos, panamenhos, sem dinheiro e sem passaporte. Eles ficam à mercê dos empregadores.

O Miami Herald informa que para a tripulação do navio Grand Celebration, da Bahamas Paradise Cruise Line, atracado em Palm Beach, a espera foi particularmente difícil. O pessoal da limpeza e da cozinha trabalhou sem salário desde março e agora entrou com uma reclamação (class action) no tribunal federal de Miami.

A ação diz que a companhia obrigou os empregados a trabalhos forçados. Entre outras acusações.

Apesar dos abusos denunciados, o governo dos EUA faz um único pedido às companhias de navegação: os cruzeiros devem respeitar “procedimentos seguros”.

Se der zebra, a responsabilidade é das companhias marítimas.

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gghghg A petição dos marinheiros à justiça federal dos EUA.
Posted on 3rd outubro 2020 in Sem categoria  •  No comments yet