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Great nations do not fight endless wars. Grandes nações não se metem em guerras intermináveis. A frase é do presidente Donald Trump, ontem, no Congresso dos EUA, no discurso sobre o estado da União – provavelmente o melhor achado dele e de seus ghostwriters no longo (80 minutos) trololó anual.
Trump estava explicando a retirada das tropas americanas da Siria após 19 anos, milhares de mortes e sete trilhões de dólares gastos sem resultado. Toda guerra é burra, mas as guerras sem fim são particularmente estúpidas.
Atestam da incompetência de quem decide.
Ou evidenciam a esperteza do malandro no poder, porque toda guerra dá lucro e guerras intermináveis dão lucros intermináveis.
Aqui uma pausa para contar que, dando continuidade à nossa guerra às drogas, a Polícia Rodoviária Federal prendeu, dia 23 de janeiro, em Alto Paraiso, noroeste do Paraná, um caminhão transportando 24,5 toneladas de maconha, a maior apreensão da história. Um recorde. Nunca antes neste país foi apreendida tanta maconha junta!
E para assegurar que o recorde – como todos os recordes – será batido em breve.
Essa guerra vem da longe, talvez um século de apreensões de droga, prisões de traficantes, ampliação de penitenciárias – hoje há mais de 700 mil encarcerados – e consolidação do Brasil como um dos países que mais investem na guerra às drogas. Batemos recorde atrás de recorde, em quantidade apreendida, traficantes presos, prisões construídas.
Criminalizar a maconha é uma obsessão nacional. Obsessão esperta. O senador que discursa contra a cannabis é o mesmo que faz lobby para que o fumo e o álcool sigam liberados. E para que a polícia receba armamentos cada vez mais sofisticados e tenha direito de matar bandido ou gente parecida com bandido.
Too bad. Grandes nações não se metem em guerras sem fim.