Duas aulas de fotografia. A nossa ficou anônima

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Uma foto e um editorial.

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Os jornais costumavam dar crédito a repórteres e fotógrafos. Os editores se escondiam para não ofuscar o diretor-presidente da empresa e o chefe de redação, cujos nomes apareciam em um quadradinho de duas colunas na página 2. Agora, vejo no alto de cada caderno os nomes do editor executivo e do editor responsável, mas não acho o nome do autor da bela fotografia do jogo Paraná e Atlético, que a Gazeta publica na capa do caderno de esportes.

É uma foto e um editorial. Mostra no primeiro plano desfocado jogadores que disputam a bola, dando a entender que foi um joguinho; no segundo plano, o skyline do bairro Champagnat, antigo Bigorrilho; e no terceiro plano, absolutamente em foco, a fantástica lua cheia de domingo. Lua gorda, amarelada pelo filtro de poluição urbana, ampliada pela refração – uma aula de fotografia, de ótica e de ecologia. O professor ficou no anonimato.

O contrário aconteceu com o grande câmera americano Greg Toland, fotógrafo de Cidadão Kane. Antes de iniciar a filmagem, Orson Welles convidou Toland para passar um fim de semana em sua casa. Foram três dias em que o fotógrafo transmitiu ao diretor tudo sobre lentes e enquadramentos – inclusive o famoso plano picado que entrou na história do cinema. Outra informação valiosa, o deep focus, foco profundo. É uma invenção da escola realista de cinema. Os três planos ficam claros, focados, à disposição do espectador.

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A atenção da audiência é dirigida para a mãe. Ela assina documento em que abre mão do direito sobre o jovem Kane, que aparece do lado de fora, arremessando bolas de neve. Greg Toland era um gênio.

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Greg Toland recebeu todas as honras que merecia pela fotografia de Cidadão Kane. Ganhou o Oscar de 1941 – que em 2012 foi leiloado por 226 mil dólares. “Foi o melhor cameraman com quem jamais trabalhei”, Welles dizia sempre, “e também o mais rápido”.

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