Elas voltaram

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Prefeito, a culpa é tua

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As crianças estão sem aula. As professoras gritam na passeata: “Prefeito, a culpa é tua!”

Antes de dar palpite sobre a nova greve dos professores, convém dar uma lida sobre o que se escreveu a respeito da responsabilidade do Estado com o ensino. Agora e no passado.

Em 1898, o escritor de Boston Thomas Wentworth Higginson publicou um livro de memórias intitulado Cheerful Yesterdays. Clique aqui para ler. Uma das lembranças que valorizou mais foi de estar deitado de bruços enquanto sua mãe lia para ele em voz alta. Para “as crianças de hoje que não têm esse privilégio”, escreveu, “devemos olhar com piedade”.

Esta parece ser uma das chaves do problema educacional – a pouca atenção que a família dedica hoje às crianças. No tempo de Higginson, a educação pública norte-americana não tinha o tamanho de hoje. O ensino dependia em larga escala de escolas paroquiais e das famílias.

Agora que a responsabilidade passou para os governos, é bom avaliar se as lições do passado podem ser ainda usadas. Há um livro da educadora Michelle Rhee Radical, Fighting to Put Students First que merece uma olhada. Vale US$21 na Amazon.

Filha de imigrantes coreanos, Rhee estudou em escola pública em Toledo, Ohio, durante breve tempo. Quando tinha nove anos, os pais a despacharam de volta para a Coreia, onde existe uma cultura de valorizar os bons e dar duro para que os maus alunos recuperem o interesse nas aulas.

Os estudantes coreanos são mensalmente avaliados e seus resultados, bons ou maus, expostos ao universo escolar. Lembra um pouco o sistema do velho Colégio Santa Maria, que classificava mensalmente os alunos, do primeiro ao último colocado de cada sala. Com o caderno escolar no bolso, o aluno de nota ruim seguia para casa, onde o aguardavam os comentários dos pais e às vezes dos irmãos mais velhos.

O sistema trazido pelos maristas é bom. Propõe colaboração entre a escola e a família. Pede que os pais procurem interessar os filhos na leitura, cobrem deles duas horas de estudo antes da TV e dos videogames.

Mas isso é assunto para a classe média. Os pobres não tem Google, têm mãe que trabalha e nem sempre sabe ler direito. Dependem de uma escola pública com biblioteca, computador, turno e contra-turno.

Como prometem os candidatos a cada eleição.

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