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O Brasil continua sub judice na imprensa internacional
Na New Yorker, Jon Lee Anderson faz uma análise pessimista sobre nosso futuro sob Temer, Meireles, Jucá e Sarney. É um jornalista da pesada, que ganhou o Prêmio Maria Moors Cabot pela qualidade de suas reportagens sobre a América Latina e Caribe e o prêmio do Overseas Press Club por matérias sobre o Afganistão. (Dar uma olhada em “The Lion’s Grave: Dispatches from Afghanistan”)
Anderson critica a virada política do presidente interino, que trocou um ministério de meia esquerda por um de direita. A política de aproximação com os BRICS e com a União Europeia por um pacto comercial com os Estados Unidos e os paises do Pacífico. A nomeação de Blairo Maggy, magnata rural acusado de devastar a Amazonia, para o Ministério da Agricultura. E a presença no governo de vários ministros envolvidos com as acusações de corrupção, entre eles Fabiano Silveira, ministro da Transparência, isto é, ministro anti-corrupção, que foi apanhado numa gravação discutindo com outros políticos do grupo meios de parar a Operação Lava Jato.
Diz Anderson:
“Trinta e um anos depois da restauração da democracia, após duas décadas de dtadura militar, o Brasil vacila na beira do desastre. Para restabelecer a ordem, bem como a confiança pública, a investigação sobre a corrupção oficial deveria ser ampliada para incluir as provas que emergiram sugerindo que o impeachment de Rousseff pode ter sido montado, em alguma medida, para interromper a investigações sobre corrupção como a Lava Jato.”
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(*) – Anderson finaliza com uma crítica à blindagem jurídica dos deputados, ministros e senadores:
“Para restaurar a saúde da democracia brasileira é preciso que os cargos públicos eletivos deixem de ser um santuário para patifes.”