Redford, inteiraço

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O que é que ele come?

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Nesta Quaresma ajude um idoso.

Leve-o para assistir All Is Lost, que em português virou Até o Fim. Não é o melhor filme de Robert Redford, que estrelou Butch Cassidy em 1969, tornou-se inesquecível como Johnny Hooker em Um Golpe de Mestre (The Sting), e faz aquela sensacional parceria com Dustin Hoffmann em Todos os Homens do Presidente, de 1976. Ou Entre Dois Amores, com Marryl Streep, em 1985.

Mas é importante carregar o idoso para ver All Is Lost. Para mostrar que hoje um ator de 78 anos consegue o que nossos avós não conseguiram na época em que as pessoas ficavam velhas aos 60 anos – a cabeça está OK, demonstra vigor físico e (incrível) não perdeu os cabelos ruivos. Mais ainda: neste momento, Redford produz duas séries para a CNN e prepara-se para fazer o papel de Bill Bryson em A Walk in The Woods, em pré-produção.

Sobre Até o Fim, é preciso informar, primeiro, que o roteiro tem apenas 32 páginas, quando o normal são roteiros com mais de cem páginas. Robert Redford interpreta um personagem sem nome e sem diálogos ou falas em off, que pilota um veleiro de 39 pés no meio do Oceano Indico quando é atingido por um contêiner à deriva. Os caracteres chineses pintados no contêiner não são o nome do navio – significam Boa Sorte.

Com o equipamento de navegação quebrado, Redford segue navegando, depois de reparar precariamente o casco.

Usa apenas um sextante e mapas náuticos para se localizar, é levado pelas correstes marítimas para a rota dos grandes cargueiros no rumo de Madagascar. Infelizmente é ignorado por eles, que passam muito perto dele. Talvez uma metáfora para a crueldade da globalização.

Assim segue a história. Há tempestades, falta água, o barco afunda, nosso homem vai parar no bote salva-vidas e começa a ver a cara da morte.

Um filme de custo médio estimado em nove milhões de dólares; até 23 de fevereiro a bilheteria faturou US$6,2 milhões, só nos Estados Unidos.

Se algum dia puder, vou solicitar os serviços de Leo Corey Castellano, o responsável pela maquiagem de Redford e também dos atores de Daniel Day-Lewis em Lincoln, Richard Gere e Susan Sarandonm em A Negociação e Johnny Deep em Piratas do Caribe. O homem é um gênio para arrumar a cara e o cabelo da gente.

É inevitável comparar Até o Fim com Gravidade, outro script de um ator quase só (é pequena a participação de George Clooney). Os dois tentam passar a mensagem de que o homem está se metendo em encrencas com o planeta e o universo.

A calma com que Sandra Bullock e Robert Redford administram suas crises pode significar que aprendemos a lidar com os perigos que vêm por ai.

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