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Quando o metrô de Curitiba for iniciado todo o mundo vai começar a perguntar: “Como está a obra?”
E ninguém vai responder, de modo claro e simples, como merecemos.
Começarão então os boatos, meias-notícias, interpretações de relatórios escritos em jargão burocrático. Haverá um editorial em algum jornal exigindo informações. Em troca do editorial o jornal ganhará uma página de matéria paga com mais relatórios em burocratês.
Vai ser um horror, a menos que alguém se lembre de ver como anda o Crossrail, novo metrô de Londres, que corta o centro da cidade, por baixo do atual metrô, a uma profundidade de até 35 metros.
Ele terá dois túneis e 21 quilômetros de extensão.
Coincidência, a mesma extensão do nosso.
Mas por que Londres está construindo um metrô se já tem um, com 400 quilômetros e 268 estações, por sinal o mais antigo do mundo? Justamente por ser o mais antigo, ele não é o mais rápido. Com o novo trecho, que corta o centro da cidade, tudo vai ser mais fácil. O tempo de viagem do centro até o aeroporto, por exemplo, vai ficar pela metade. O número de passageiros duplicará nas principais linhas.
Durante os estudos não houve campanha anti-metrô em outdoors, jornal, rádio ou qualquer outro meio de propaganda. Ninguém é idiota de achar que cidade grande pode viver sem transporte sobre trilhos.
Os londrinos acompanham o andamento do novo metrô pela Internet. Há mapas mostrando como vão as coisas.
Se você clicar no mapa, aparecem relatórios simples e claros sobre os trabalhos do Phyllis, que é o apelido dado ao tatuzão deles.
Aqui estão os dados sobre a construção do túnel entre Royal Oak Portal e Farrington – uma distância de 6,8 quilômetros.
Longo, não é? Pois foi iniciado em 04/05/2012 e concluído em 08/10/2013. Dezessete meses de trabalho e estava pronto.
No dia de maior produção Phillys avançou 51 metros; na melhor semana cavou 249 metros. Colocou 4675 aneis de escoramento e retirou 575 mil toneladas de terra e pedra aproximadamente.