No tempo da Boite Marrocos

.

hhjhjhjh

Lakshmi. A Marrocos lotava para vê-la.

.

O empresário Paulo Wendt perdeu dinheiro nos primeiros 90 dias da Boate Marrocos. Mas recuperou tudo e ganhou muito mais nos dez anos (1956-1966) em que a boate foi a grande casa de espetáculos de Curitiba.

Wendt chegava a apresentar três shows por noite. Na mesma data, oferecia aos “distintos habituês” o conjunto Índios Tabajaras e o cantor português Francisco José. Não eram artistas baratos. Mas a casa, com capacidade para 300 pessoas, vivia lotada.

Pelo palco da Marrocos passaram os principais artistas brasileiros, como Silvio Caldas, Orlando Silva, Cauby Peixoto, Leni Eversong, Agostinho dos Santos, Agnaldo Rayol, além dos que trabalhavam na noite de Curitiba: Breno Sauer, Raulzinho de Souza, Zeca, o Maluco do Teclado e Léo Vaz. Os artistas apresentavam-se também em clubes e no Teatro Guaira.

Trouxe bailarinas de toda parte. A dança dos sete véus da talentosa Lakshmi era empolgante. A bailarina era a mais bem paga do elenco. Morava no luxuoso Lord Hotel e vestia-se com as costureiras da alta sociedade.

O empresário parecia incansável. Em 1962, decidiu promover uma luta do campeão mundial de boxe Eder Jofre em Curitiba. Seu secretário e braço direito Dirlo Alberto di Palma foi ao Japão para tentar contratar o campeão japonês Masahiko “Fighting” Harada, mas viu que ele não cabia no orçamento da empresa Wendt. Acertou com Eder Jofre e com o ex-campeão Leo Espinoza.

A luta foi no Grande Auditório do Teatro Guaíra ainda em construção, que ficou superlotado. Eder Jofre venceu com folga.

Outra ousadia foi investir em música clássica. Di Palma trouxe companhias importantes para a temporada lírica oficial do Teatro Guaíra. Os elencos do Teatro Municipal do Rio e de São Paulo apresentaram La Traviata, Il Trovatore e Il Rigoletto, de Verdi; Madame Butterfly e Tosca, de Puccini, O Guarani, de Carlos Gomes, e Cavaleria Rusticana, de Mascagni, e Il Pagliacci, de Leon Cavallo. Os principais papeis eram dos admirados Alfredo Colosimo, Alfredo Perrotta, Geraldo Chagas, Gilda Rosa.

***

(Do livro Curitiba no Tempo do Jazz Band, que logo estará nas livrarias.)

Esta entrada foi publicada em Sem categoria. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *