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Está adiantado o casamento tecnológico do Bradesco com o HSBC, adquirido no ano passado por 5,2 bilhões de dólares. O cartão de um, por exemplo, já saca dinheiro no caixa automático do outro.
Em junho do ano passado o HSBC anunciou uma reestruturação global com a demissão de 50 mil funcionários. O banco está encolhendo para enfrentar as crises – a mundial e a interna, causada pelos Swissleaks. Por isso, decidiu vender ativos no Brasil e na Turquia.
Parece que estava advinhando. O Brasil vive a derrubada da presidente Dilma Roussef e a Turquia lida com o fracassado golpe contra o presidente Endogan.
Na despedida, quanta ingratidão!
Os ingleses sairam reclamando que a CLT torna caro contratar pessoal. E da falta de leis flexíveis para garantir o livre comércio.
Esquecem que em 1997 receberam o antigo Bamerindus a custo zero. O prejuizo foi concentrado no chamado “banco podre” e assumido pelo Proer-Programa de Estimulo à Reestruturação e Fortalecimento do Sistema Financeiro, inventado pelo governo de Fernando Henrique Cardoso.
(Só para lembrar: o Bamerindus, banco paranaense presidido pelo senador José Eduardo Andrade Vieira, foi um dos grandes patrocinadores da eleição de FHC. Vieira ganhou o ministério da Agricultura em troca do apoio.
Para os ingleses bom mesmo é o México, afogado em neoliberalismo movido a pó e tequila. As “maquilladoras” instaladas na fronteira com os EUA pagam salários indecentes a trabalhadores subnutridos. Estes, em compensação, não fazem automóveis – apenas apertam parafusos de carros meia-confecção, que chegam das fábricas norte-americanas para receber acabamentos e serem reexportados.
A venda do HSBC reduz ainda mais a concorrência no setor financeiro, agora amplamente dominado por Bradesco e Itau.
A realidade brasileira confirma que o melhor negócio do mundo é um banco bem administrado. E que o segundo melhor negócio do mundo é .um banco mal administrado.
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