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O dia começou com uma rápida aula de inglês.
“The system is rigged”, reclamava Bernie Sanders no Guardian. To rig é um verbo familiar para quem veleja. Significa subir a vela no mastro e ajustar os cabos para iniciar uma regata ou apenas sair por ai feliz, sem rumo, as velas lindamente enfunadas. “Vamos armar o barco”, dizem os velejadores.
Em política o verbo tem sentido mais sinistro.
Descreve situações em que vantagens indevidas são dadas a um dos lados de uma disputa. Como esta que foi outorgada por forças poderosas aos adversários de Dilma Roussef, ameaçada de impeachment sem ter cometido crime por uma Câmara Federal comandada por um deputado que responde a 22 processos e, entre eles, três inquéritos que apuram possíveis crimes.
Armaram contra a Dilma. Não é novidade, estava escrito que seria assim.
O Veríssimo explicou hoje: “Foi o fim da ilusão que qualquer governo com pretensões sociais poderia conviver, em qualquer lugar do mundo, com os donos do dinheiro e uma plutocracia conservadora, sem que cedo ou tarde houvesse um conflito, e uma tentativa de aniquilamento da discrepância.”
Esse “em qualquer lugar do mundo” inclui dos Estados Unidos, onde a campanha de Bernie Sanders chega ao fim com a evidência de que os superdelegados do Partido Democrático vão votar como sempre votaram – em favor da candidata do sistema.