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Muito bom o trabalho de Julia Duailibi sobre o rádio em São Paulo e provavelmente no Brasil, já que as grandes redes têm matriz na pauliceia. (Revista Piaui nº106). O foco é a trajetória da Rádio Jovem Pan que de moribunda passou a exibir saúde financeira de banqueiro suiço depois que virou palanque contra Dilma, Lula e o PT.
A estrela dessa virada é Raquel Sheherazade, a musa da ultradireita, mas a matéria mostra que ela não veio sozinha. Ela. Reinaldo Azevedo e Marco Antonio Villa surfam em uma onda que não é deles; começou nos Estados Unidos e salvou da falência dezenas de emissoras dos EUA abandonadas pelo público. Elegeu Bush duas vezes e quase impediu a eleição de Obama. Aqui também ficou no quase, mas a turma trabalha para reverter o resultado no tapetão.
Uma observação importante: a coisa está feia para o caixa das rádios. Historicamente o meio tem 4% do total das verbas publicitárias, públicas e privadas. Continua assim nos relatórios. Na vida real há um perigo cada vez maior representado pelas mídias digitais. O dinheiro está indo para o Google e o Facebook, que não revelam faturamento. Estima-se, entretanto, que o Google fature 4,5 bilhões de reais no Brasil.
Se esse número se confirmar, é o segundo maior faturamento de mídia, atrás apenas da Rede Globo, que fatura 16,5 bilhões de reais. O Facebook deve bater dois bilhões este ano, o dobro da Abril. A informação é do publicitário Daniel Chalton, vice-presidente de mídia da agência Loducca.