.
.
A sigla amedronta os proprietários de taxis em muitos países.No Brasil, sindicatos e associações tentam na Justiça colocar o aplicativo fora da lei. Mas estrangeiro que chega a São Paulo ou ao Rio não quer outra coisa, até porque no Uber você pode exigir motorista que fale inglês.
O negócio é simples e lucrativo. Qualquer pessoa pode se inscrever com a Uber para dar caronas remuneradas. Se for aceito, ganha telefone com o aplicativo. Não mexe com dinheiro porque todos os pagamentos são com cartão de crédito. E só trabalha no horário que tiver disponível. Mas cuidado: se sua avaliação positiva, feita pelo cliente, cair abaixo de 93% você perde a credencial.
Em Nova York, declínio do taxi tradicional, aquele que você apanha na rua e paga a corrida de acordo com o taxímetro, é relacionado ao crescimento do Uber. Mas ainda há 13 mil desses taxis amarelos – os medallion taxis – na cidade. O que diminui a cada dia é o valor deles.
A licença de taxi chegou a custar 1,2 milhão de dólares cada. Era um grande negócio porque representava um ativo – como uma ação ou um obra de arte. Porém, melhor do que quadros ou ações, que só dão lucro na hora da venda, os medallions valorizavam-se com o tempo e davam lucro enquanto se valorizavam.
Até recentemente o valor da licença parecia ir numa única direção – para cima. Agora, o tombo é grande e a desvalorização parece não encontrar o fundo do poço.
No último outono, em Filadélfia, uma cidade que necessita desesperadamente de taxis nas ruas, a autoridade de trânsito autorizou a venda de 45 novas licenças – valorizadas pela capacidade de conduzir deficientes. Esperava vender por 475 mil dólares cada. Não apareceu ninguém para comprar.
Finalmente, a cidade conseguiu vender três licenças – a 80 mil dólares cada.
Como o negócio dos taxis fez muitos milionários – há frotas com 900 carros – era inevitável a pressão para controlar o Uber e outros apps. E inventar um “plano de salvação” para os donos do negócio.
O Observer de New York registrou um encontro secreto entre o presidente da autoridade do trânsito e o maior frotista da cidade. Do encontro emergiu uma autoridade cheia de preocupação com o futuro do negócio “que muito beneficia a cidade”.
-Há um novo ator disputando o mercado sem sofrer o rigor da regulamentação a que os madaillon taxis são submetidos. É preciso compensar os prejudicados – disse o presidente. –Revalorizar seus taxis, para sermos justos.
Espera ai – todo mundo diz que em New York, mais do que em qualquer lugar, funciona o mercado, a inovação, a livre concorrência.
É, geralmente funciona.