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A história completa da escravidão no Brasil, uma tarefa que Laurentino começa agora. e só vai concluir a partir de 2021.
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“A escravidão é proibida em todos os países, mas isso não significa que não exista mais. Hoje, cerca de 27 milhões de pessoas sofrem formas de tratamento que merecem a classificação de “escravidão” – tanto quando aqueles seres comprados e vendidos há 200 anos pelo comércio transatlântico de escravos. Muitas vítimas da escravidão contemporânea são jovens – da mesma idade dos alunos de escolas na Inglaterra e no País de Gales.”
As modernas formas de escravidão são destaque no Museu Internacional da Escravidão de Liverpool. É para isso que serve a História – para não se repetir hoje os erros do passado. No site, que faz parte do currículo das escolas inglesas e galesas, os alunos são estimulados a discutir porque direitos humanos fundamentais – incluindo aqueles das crianças e jovens – são diariamente desrespeitados por empresas e governos pelo mundo.
Por isso é bem-vindo o novo trabalho de Laurentino Gomes, jornalista, escritor e campeão de vendas: uma trilogia sobre a escravidão.
É bom que a escravidão seja definitivamente passada a limpo, para todo mundo entender; esmiuçada como foi a vinda de D. João VI ao Brasil, a independência e a república na trilogia anterior.
Basta digitar “escravidão no Brasil” para o Google informar que há uma abundante bibliografia sobre o assunto, que começa lá pelo século 16, quando o padre Antonio Vieira escreveu: “Sem negros não há Pernambuco” – e ganha cada dia maior importância.
Por que as estatísticas mostram que há doze negros presos para cada branco? E por que a TV noticia toda noite mortes de negros em “confronto” com a polícia?
Por que há tantos negros no chão-de-fábrica e tantos descendentes de europeus e asiáticos no andar da diretoria?
Parece que entender a escravidão é pré-requisito para compreender o que está acontecendo hoje no Brasil que ainda mantém salões e senzalas. E onde o Ministério Público do Trabalho vive denunciando casos de trabalhadores submetidos a regime semelhante à escravidão.
A divisão desigual da renda nacional e o Brasil-que-não-tem-mesmo-jeito resultam em boa parte do não pagamento da divida social com os descendentes dos escravos.
Pena que o trabalho de Laurentino não é para o mês que vem. Ele prevê os primeiros resultados lá por 2021.
Então, saúde!
P.S. – E o Brasil, quando vai fazer o seu Museu da Escravidão?