O que há em comum entre o massacre dos professores e o julgamento de Eichmann em Jerusalem? A banalidade do mal

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Hannad Arendt. De alguma forma, ela deve estar presente.Ela e seus “homenzinhos banais”.

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O drama do Centro Cívico chega à academia.

Celso Antonio Bandeira de Mello (jurista, PUC-SP),Jorge Luiz Souto Maior (jurista e magistrado, USP),
Kenarik Boujkian (desembargadora, TJSP, ex-presidente da associação dos Juízes para a democracia),
Pedro Rodolfo Bodê de Moraes (sociólogo, UFPR) e Larissa Ramina (UFPR)
vão julgar sexta-feira às 18h30 no Teatro da Reitoria os responsáveis pelo massacre que resultou em mais de 200 feridos na praça Nossa Senhora de Salete.

Quem são os culpados? O governador Beto Richa, o secretário de Segurança Fernando Francischini? O comandante da Polícia Militar, cel Cesar Kogut? Os soldados que obedeceram a ordem absurda de atirar bombas e atiçar cachorros contra professores indefesos? Ou o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Ademar Traiano, que decidiu prosseguir com a sessão apesar de saber que havia feridos e aumentava a violência lá fora? Ou o desembargador que determinou interdito proibitório da presença de professores no Plenário da Assembléia? Ou o presidenta da APPSindicato, que prosseguiu com a manifestação?

Todos eles?

Nenhum deles?

É difícil avaliar responsabilidades em eventos tão complexos. Elas se diluem (como no caso de Eichmann) ao longo da cadeia de comando que começa no governador do Estado e termina no soldado que segurava o pitbull; entre deputados que defenderam “lei e ordem” e enxergam black blocs na praça; entre juízes chamados a dar sentenças proibindo a continuação da greve dos professores e as manifestações.

Para estar preparado é bom reler os jornais e blogs que noticiaram os eventos. E também buscar algumas idéias seminais sobre esse tipo de violência nem sempre adequadamente tipificado.
Começo relendo Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. Tradução de José Rubens Siqueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

O texto é claro, direto, jornalístico, escrito para atender encomenda da revista New Yorker. O conceito de banalidade do mal, de acordo com Arent, caracteriza não o próprio mal, mas seus protagonistas. Para autora, “não são monstros diabólicos mas sim homenzinhos banais, cidadãos obedientes e acríticos.”

O mal se agrava, ensina Arendt, pela ausência de reflexão. Desde sempre houve pessoas comuns ansiosas por ordens e a conformar-se com a opinião massificada, sem uma avaliação crítica das consequências da sua ação ou inação.

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