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Beto Richa envolveu-se em duas disputas políticas em que a vitória se estabelece pelo aumento da taxa de rejeição do adversário.
A primeira é contra Gustavo Fruet, que também entende de rejeição. Estão os dois dizendo que a desintegração do sistema de transporte coletivo de Curitiba é culpa do outro. Não é. Olhando de fora, vê-se que culpa é dos dois. Eles têm dificuldade de conversar, não querem ceder e não assimilaram a idéia da região metropolitana.
A segunda guerra de Beto é contra os professores. Aqui, a estratégia é aumentar a rejeição ao PT, que seria o responsável pela greve dos professores.
Ao receber o receituário amargo do ajuste fiscal, mandou transformar tudo em projeto de lei a ser aprovado pela dócil Assembléia Legislativa em regime de urgência. O “tratoraço” significa cancelamento do diálogo com a oposição que normalmente se desenvolve na Comissão de Constituição e Justiça e em outras.
O “tratoraço” foi decidido pelo Palácio Iguaçu? O Chefe da Casa Civil, secretário Eduardo Sciarra, nega. A Gazeta do Povo registrou a explicação de Sciarra, que merece um lugar no anedotário político. “Os deputados não votaram por ordem do governador. Votaram porque estavam convencidos que os projetos são bons”.
A reação de Beto à derrota não é boa. “Não posso admitir que baderneiros, arruaceiros e anarquistas se infiltrem em movimento legítimo de professores”. Repórteres que passaram dois dias no meio dos professores não registraram a presença de “infiltrados”.
Essa era a estratégia geral diante de derrota. O Bonde registrou o deputado Felipe Francischini simplificando ainda mais os fatos.