Dona Lucia e o aprendiz de feiticeiro

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Faltou Dona Lucia.

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Carlos Alberto Parreira não é mais um bom técnico de futebol.

Ficou superado.

Mas ainda é um estudioso de marketing político, management, crisis communication e todos esses assuntos de publicitários, lobbyistas e consultores de empresa.

Ao contrário de Felipão, que é monoglota, Parreira fala inglês com razoável fluência. Gosta de ler as novidades, entre elas o modo como os marqueteiros usam depoimentos de pessoas simples do povo para ilustrar um ponto de vista do candidato.

O time do Obama é campeão nisso.Veja aqui como são usados os depoimentos de pessoas comuns.

Uma senhora do interior escreveu ao Presidente sobre a falta de dinheiro para pagar o plano de saúde. “Vou morrer sem médico”. A senhora ajudou Obama a comover a nação e garantir votos no Congresso. Era uma mensagem poderosa, escrita em linguagem simples e direta.

Mais tarde, para sancionar o projeto, a senhora foi trazida à Casa Branca com a família para ornamentar um auditório escolhido a dedo. Serviu de fundo para o discurso de Obama, foi entrevistada pelas televisões, ganhou seus 15 minutos de glória.

A diferença entre ela e a Dona Lucia do Parreira é que Dona Lucia não apareceu, não deu endereço, está inacessível aos jornalistas.

Deveria estar acessível. Porque Dona Lucia escreve muito bem. Coloca pontos e crases no lugar certo. Uma raridade entre as admiradoras do Professor Felipão. Veja esse trecho da carta (email) dela:

“Professor Felipão,
Acabo de ver a coletiva dada pelo senhor. Mais uma vez vi diante da câmera um homem íntegro e corajoso falando à nação. Fiquei muito triste ao constatar que o ser humano, muitas vezes, é de uma crueldade sem limites. Tive esse sentimento ao ouvir um jornalista lhe perguntar sobre uma possível dívida do senhor com a nação brasileira. E o senhor mesmo sofrendo mais do que qualquer um ali, com sua humildade peculiar, deu uma resposta verdadeira e coerente. Parabéns.”

Dona Lucia – essa brasileira que argumenta tão bem – não existe. E o manual de marketing ensina que personagem inventado desmoraliza candidato e no nosso caso derruba a comissão técnica.

Parreira é aquele aprendiz de feiticeiro que pegou a varinha do bruxo e errou as palavras mágicas.

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