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Parabéns, você nos eleva desde 20 de setembro de 1853. Faz 165 anos que Elisha Graves Otis adicionou seu freio de segurança às plataformas usadas para a construção de prédios.
Recebeu poucas encomendas até maio do ano seguinte. Então, em Nova York, chamou jornalistas e grande público e deu um show de audácia. Subiu vários andares e mandou cortar com um machado o cabo que sustentava o elevador. O freio entrou em ação após dez centímetros de queda. O elevador parou. Uau!
O freio de segurança estava aprovado e a família Otis ganha dinheiro com ele até hoje.
A humanidade tem sentimentos ambíguos sobre o elevador. Orgulho pela vitória da tecnologia. Vergonha porque um veículo tão útil remanesce como testemunha da discriminação social. Imagine se o dia outro Elisha, reúna a imprensa e tente arrancar aquela placa onde está escrito: elevador de serviço.
Arrancam o escalpo dele.
As cidades tentam preservar seu maior símbolo de desigualdade. Pets e serviçais não sobem ao lado dos cidadãos de bem.
Mas a reforma fatalmente virá. De início, a pretexto de baixar a conta da eletricidade.
Depois, descaradamente, para afirmar que ninguém deve usar os avanços da técnica em detrimento de seus semelhantes. Proprietários, locatários, o pintor, o eletricista, o cara da banda larga, o marido de aluguel, cachorros e criados – todos devem ser iguais perante a Otis.