Carol Proner em Santa Cândida

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Houve um acordo para não usar grandes amplificadores. Sobrou o megafone.

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Foi emocionante a palestra de Carol Proner no acampamento do Lula, ontem à tarde, em frente ao prédio da Polícia Federal.

Emocionante não parece adjetivo adequado para uma conversa de jurista. Ela vai desfilar argumentos técnicos para desclassificar a sentença que condenou o ex-presidente. Onde a emoção?

Não comove saber que decisões da justiça, tanto em primeira como em segunda instância, estão em conflito com princípios do direito.

Ou que a sentença do juiz “carece dos elementos necessários não só de convicção, mas também de provas”.

Mas é rara, surpreendente, a tranquilidade com que a jurista segue com a palestra sem se perturbar com apitos e rojões de um grupo instalado a uns 30 metros. Eles também vieram atraídos por seu nome famoso. Odeiam/invejam o sucesso.

Faz um breve comentário sobre o papel dos haters na política brasileira e prossegue a palestra. É preciso defender a democracia. Combater a tentativa neoliberal de anular a institucionalidade democrática.

Carol Proner hoje é mais do que uma jurista. Invadiu a política com sabedoria e um jeito de sorrir para acentuar cada argumento.

Estamos diante de uma vencedora. Professora de Direito Internacional da UFRJ – DGEI-FND. Doutora em Direito Internacional pela Universidade Pablo de Olavide, Sevilha. Pos Doutora pela Universidade de Hautes Studes, de Paris. A lista de títulos é longa.

E é mãe daquele menino-prodigio, o Chico Proner Ramos, autor da foto de Lula deixando o Sindicato dos Metalúrgicos nos braços do povo, que foi publicada pelo Le Monde, Guardian e pelos maiores veículos do mundo.

E namorada de Chico Buarque de Holanda, cujo novo espetáculo estará em Curitiba no início de agosto.

Agora ela analisa, suave, o legislativo amedrontado com a onda de delações. O executivo desmoralizado, pato manco à espera do fim do mandato. O judiciário inflado pela fraqueza dos outros poderes.

“Eles têm um problema, a politização da Justiça vem acontecendo desde a redemocratização, a crise dos demais poderes leva tudo ao judiciário, que inventa teses como a mutação constitucional.”

Deve-se ouvir o clamor popular?, pergunta e conclui:

“Então, vamos medir o clamor pela intenção de voto – e, se for assim, liberem o meu candidato”. A plateia vibra: Lula livre! Lula Livre!

Lá fora, diminuem os apitos e barulho de frigideiras. Finalmente aparecem policiais para verificar a denúncia: um dos provocadores porta uma faca.

Carol Proner deixa o barracão onde fez a palestra. Vai à frente da Polícia Federal. Megafone na mão, comanda o grito “Boa Noite, Presidente Lula!” Cinco vezes. Palmas.

Terminou. Os provocadores passam em silêncio. Duas senhoras enroladas na bandeira. O grandão da faca – sem a faca. Um carro BMW com vidros escuros levantados.

Quase oito horas. Faz frio em Curitiba.

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“Boa noite, presidente Lula!”

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