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Esta história começa na redação de O Estado de São Paulo, no tempo em que Monteiro Lobato e Candido Fontoura trabalhavam lá. Um dia, Lobato chega reclamando da gripe forte que o deixou na cama vários dias. Continuava fraco; por isso Candido, que era farmacêutico, ofereceu-lhe um vidro do remédio para fortalecimento que acabava de inventar.
Foi tomar e ficar bom. No dia seguinte, o revigorante tinha nome, batizado por Lobado – Biotônico Fontoura.
Desde 1910, fortifica o povo. Eficiente, barato, gostoso – na fórmula vai até canela da India.
Chegamos a 2018, tempo de remédios caros, salários baixos e desemprego nas nuvens. Por isso, a Farmácia Popular é importante. Muitos medicamentos básicos são de graça, outros vêm com 90% de desconto.
Neste momento difícil, a Farmácia começa a ser desmontada pelo presidente-vampiro-sem-voto-com-fama-de-ladrão. Lobato advertia para gente assim:
“Um governo deve sair do povo como a fumaça de uma fogueira.”
O orçamento da saúde está congelado por vinte anos. Haverá cada vez menos remédio para os mais pobres.
Para onde correrão os velhinhos? Eles não têm passaporte nem dinheiro para chegar ao Canadá, Inglaterra ou Suécia, onde o estado garante a todos médico, medicamento e hospital.
No começo deste post, Candido Fontoura deu um vidro de Biotônico e Monteiro Lobato, que era homem de posses.
Deu. Nada cobrou.
Outros vidros foram distribuídos na oficina do jornal, onde o dinheiro era escasso.
Agora é o contrário. Cumpre-se a previsão de Lobato: a redução dos repasses do dinheiro da saúde vai aumentar o superavit primário – aquela grana que paga os juros da dívida com os banqueiros. Quem tem força, abusa.
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Também está indignado? Ligue para 136 e meta a boca. Exija ao menos medicamentos genéricos.
Genéricos de tudo. Do biotônico, da emulsão de scott, das camomilas, dos purificadores do sangue. Principalmente dos famosos Cigarros Indios, feitos com a tradicional cannabis.
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