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No Conservatório de MPB, sábado, Lais Mann e Angela Molteni, Paulo Vítola, Carlos Freitas e Anadir Salles.
Havia a do Manoel Bandeira. Agora temos a nossa Lira dos Cinquent’anos, curitibana como a sopa de pinhão com vinawurst.
Meio século de canções resumido em “Nós de Pinho e Outras Estórias”, caderno de partituras da obra de Marinho Galera e Paulo Vítola, organizado pela historiadora Elizabeth Amorim de Castro. As partituras foram revisadas por Norton Morozowicz e Davi Sartori
Um digesto da alma curitibana, que atravessa o período glorioso da Cidade da Gente – começou no final da década de 1960 e chegou aqui com fulgores de metrópole e alguns solavancos urbanísticos.
Como diz a organizadora, é só o primeiro volume de partituras do extenso cancioneiro de Galera e Vítola e outros virão para preencher, com originalidade e refinamento criativo, o seu espaço no mapa da Música Popular Brasileira.
Lembra a Cascata da Sereia? Nela o mundo é uma aldeia que não abre os olhos pro mar.
O cancioneiro trata disso – do complexo da gente do planalto, cuja geografia vai à Bica do Campó ao norte, à Rua da Carioca ao leste, à Rua da Ladeira no oeste. E nada mais.
Mas é a Cidade da Gente, do homem de cabelo branco no banco da praça, da senhora que passa com tantas histórias pra me viajar, e a menina mais linda do mundo, dançando na dela.
Versos de cinquent’anos sobre a cidade que não tem mar, mas tem o Caminho Velho Itupava fim de linha.
E a memória da neve – tão leve eu não vi.
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Sobre o título do livro de partituras:
“A voz que vós ouvis
Nós de pinho
Chiando no fogão
Somos nós
A voz do violão
No chorinho
É pinho araucária
Cheinho de nós.”
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