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O filósofo materialista alemão Ludwig Andreas Feuerbach escreveu “o homem é aquilo que come”. Mas não pretendia dizer literalmente que quem come lixo é um lixo.
Em época de eleição, candidatos devoram pastel de ovo e tomam garapa no terminal do Boqueirão. Depois os que podem vão saborear crêpe Suzette no Ile de France.
Fuerbach achava que aquilo que a pessoa come tem influência na saúde e principalmente no estado de espírito.
Se eu tenho um fusquinha e você uma Lamborghini Huracan Spyder, somos diferentes, votamos diferente, temos opinião diversa sobre o Rodrigo Botafogo Maia, o Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Gilmar Mendes.
A ideia de esquerda e direita parece embutida nesse conceito, mas dissidentes argumentam que há coxinha pobre por ai; e muito bacana que vota no PC do B.
Ninguém discorda porém que mudar de cardápio não converte bárbaros em filósofos, no máximo transforma político do baixo clero em comensal do palácio do Conde Bela Lugosi.
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P.S. – Os pensamentos acima ocorrem após ler o editorial da Folha de S. Paulo e de outros jornais apoiando a privatização sem vaselina da Eletrobrás. A empresa é estratégica para o desenvolvimento. Detém 32% da capacidade de geração de energia do país e mais de 70 mil quilômetros de linhas de transmissão. Opera seis distribuidoras no Norte e Nordeste do Brasil.
No Forum do Estadão, Rodrigo Maia disse que “ninguém aguenta mais o gigantismo do Estado, que só tira recursos da sociedade”.
O Globo deu destaque à declaração do ministro do Planejamento Dyogo Oliveira: “Só nos resta vender os bens que temos”.
Vendam. O faturamento da Eletrobrás paga milhares de crêpes Suzettes.