Paterson – 1

.

nnmnmnmn

Adam Driver agora o pacato poeta Paterson.

.

Paterson, de Jim Jarmusch, merece uma ida ao cinema, principalmente se você se interessa por poesia.

Se gosta de edição nervosa, computação, suspense, sub-plots inesperados, perseguições na madrugada, esqueça. O crítico inglês Kevin Mahler lembrou “Esperando Godot” para definir o trabalho de Jarmusch: “é um filme onde nada acontece – 22 vezes”.

A história de um motorista de ônibus da cidade de Paterson, New Jersey, desenvolve-se suavemente.

Interpretado por Adam Driver, o personagem é muito zen e também se chama Paterson.

Todo o dia ele faz sempre igual, como no samba do Chico. Acorda seis e pouco da manhã, recebe da mulher um beijo pontual, toma café, come cereal e segue para o trabalho; leva o almoço na lancheira azul.

Sobe na boleia do velho ônibus e, como ainda há um tempinho até começar, pega o bloco e escreve. Os versos vão surgindo na tela à medida em que ele os lê.

É um homem simples e feliz, casado com a bela Laura (a iraniana Golshifteh Farahani) a quem afaga feliz toda manhã e conta como foi o dia ao voltar do trabalho.

O casal possui um cachorro, o bulldog Marvin (cujo nome é Nellie e morreu recentemente), um contumaz ladrão de cenas. Toda noite Marvin é levado por Paterson para dar uma volta, que inclui parada no bar de Doc (Barry Shabaka Henley). Conversam banalidades sobre as fotos e recortes na parede, uma delas sobre William Carlos Williams, grande poeta cuja obra prima chama-se também Paterson.

A história desenvolve-se ao longo de sete dias, de segunda a domingo. Da metade para frente, a revelação: a banalidade é poética, porque “todo homem comum é um poeta” – falta-lhe apenas o bloco para anotar a poesia.

E que a poesia, como a de Williams, surge ao extrapolar grandes idéias de fatos simples.

É um filme sobre a arte da criação e a capacidade de observação – mas a gente só descobre isso depois que sai do cinema encantado.

Uma pequena joia de filme sobre a poesia do cotidiano. (Brian Viner, no Daily Mail).

.

Esta entrada foi publicada em Sem categoria. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *