Coisa de profissionais

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Greca, o retorno

 

 

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A equipe que tocou a campanha de Raphael Greca vem ganhando eleições desde 1988, com Jaime Lerner, Cassio Taniguchi, Beto Richa e o próprio Raphael. Marcelo Catani, Fernando Ghignone e Mônica Santana estão entre os vitoriosos.

Em um pleito marcado pela insistência em golpes baixos, eles identificaram corretamente o momento de usar o grosso da munição contra Ney Leprevost, que chegou a liderar a pesquisa no segundo turno.

Um candidato apoiado pelo PC do B na capital do Lava Jato? Um bacharelando pela Faculdade de Administração à Distância do Estado do Tocantins? Um cara capaz de engendrar uma trapalhada com o terreno do Instituto dos Cegos?

A campanha negativa derrubou os números de Leprevost, que não estava preparado para contra-atacar.

Um marqueteiro veterano acha que, se bem usada, a história do nojo de pobre ganhava a eleição. Mas se não ganha eleição.

Alerta. Um terço do eleitorado recusou-se a participar do pleito. A soma das abstenções, votos nulos e em branco dá 421 mil pessoas. Raphael teve pouco mais de 460 mil.

Este foi o recado mais duro que as urnas poderiam dar aos candidatos: nós não acreditamos em políticos, nem em partidos, nem em eleições.

Alguns tentaram amaciar o golpe. A ausência do eleitor dever-se-ia (viva a mesóclise!) à invasão das escolas públicas e à má comunicação dos novos locais de votação.

A hipótese não fica de pé quando se observa a abstenção e os votos nulos por região da cidade. Lá no sul, onde vivem os mais pobres e desinformados, o número ficou em 30%. Na 177 Zona eleitoral (Batel, Agua Verde, Rebouças, alto índice de curso superior) passou de 34%.

Curitiba já teve um dos eleitorados mais homogêneos do Brasil – interessado em política, crítico e independente. A partir da eleição de 1985, os votos começaram a se dividir entre centro, bairro e periferia; entre ricos, pobres e muito pobres, destituídos até da capacidade de se informar.

Neste ano, a divisão aumentou – a rejeição ao PT e a seus aliados apareceu com força.

Tudo faz parte de um processo de transformação dos eleitores, que passaram da independência à apatia e em seguida à antipatia em relação aos candidatos e às instituições políticas.

 

 

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