Hanks, o Homem Direito

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Donovan ao juiz: “O senhor está querendo que eu desrespeite a Constituição?”

 

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Ponte dos Espiões (Bridge of Spies) tem tudo e mais um pouco do que você pode esperar do melhor cinema. Tudo é a direção precisa de Steven Spielberg, o roteiro dos irmãos Coen, a trilha sonora de Thomaz Newman, o talento de Amy Ryan como Mrs. Donovan. O mais um pouco fica por conta das atuações de Tom Hanks (o advogado James Donovan) e Mark Rylance (o espião soviético Coronel Rudolf Abel).

135 minutos de mistério e suspense que ninguém se arrependerá de assistir.

Hanks todo mundo conhece. Rylance, desconhecido da maioria, é o premiadíssimo ator shakespeariano até há pouco na direção do Globe Theater de Londres.

É a história do advogado chamado a defender o espião odiado e mediar a troca de espiões entre os Estados Unidos e a União Soviética, em 1957. Como ninguém queria defender o Coronel Abel, os advogados de Nova York colocam seus nomes numa cambuca e sorteiam aquele que deveria assumir o caso. O objetivo não é exatamente promover um julgamento justo, mas evitar que o mundo considerasse o julgamento injusto. O juiz explicou esse objetivo a Donovan com uma frase tranquilizadora: “Em um mês ele estará condenado e você livre para voltar ao escritório”.

Mas Donovan tem elevado padrão ético. Contra a vontade geral – o povo cego de ódio quer o escalpo do espião – consegue salvar a vida de Abel. A cadeira elétrica é trocada por uma pena de 30 anos em confortável presídio. Contribuiu para a decisão explicar ao juiz como é importante ter um espião russo na manga porque nunca se sabe quando um espião americano será capturado pelos russos. Por que você está tão certo disso? Porque, como especialista em seguros, trabalho com probabilidades. E logo vemos Gary Powers, piloto do avião U-2 que espionava a Russia, ser abatido e capturado. (U-2 virou nome da banda do Bono, cuja filha Eve Hewson, belezinha irlandesa de 24 anos, atua no filme).

É uma história real. Muitos sabem como terminou. Mas todos deixam a sala de exibição felizes com a qualidade do que viram. O estilo do diretor é econômico e elegante. Tom Hanks nos conforta e consolida sua imagem de Homem Decente, advogado que atua respeitando as Regras do Livro (a Constituição), herdeiro dos grandes personagens de James Stewart e Henry Fonda.

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