.
.
.
O que têm em comum Eduardo Cunha e Carlos Luz?
A resposta está em Boris Fausto “História Concisa do Brasil”. Eis o relato.
Em outubro de 1955, as urnas deram a vitória a Juscelino Kubitschek na eleição para presidente do Brasil. Teve 36% dos votos, contra 30% de Juarez Távora, 20% de Adhemar de Barros e 8% de Plínio Salgado.
Os oposicionistas fizeram as contas e decidiram que a eleição não valia – Juscelino não tinha conquistado a maioria absoluta dos votos.
Para negar a posse ao presidente eleito foi planejado um golpe de Estado, que começou com a saida do presidente Café Filho. Sofreu um ataque cardiaco, foi para o hospital e assumiu o presidente da Câmara Federal, deputado Carlos Luz.
Carlos Luz era acusado de favorecer abertamente os partidários do golpe militar. A partir dai ocorreu o chamado “golpe preventivo” – tropas do Exército, sob o comendo do general Henrique Lott, ocuparam repartições públicas, emissoras de rádio e pontos estratégicos do Rio de Janeiro.
O presidente em exercício refugiou-se no cruzador Tamandaré, ancorado na baia da Guanabara.
Os comandantes militares deram apoio a Lott. Forças do Exército cercaram instalações da Marinha e Aeronautica para impedir a resistência.
Chamado a deliberar, o Congresso declarou o impeachment de Carlos Luz. Juscelino tomou posse e em cinco anos o Brasil tinha uma nova capital, uma indústria automobilística e uma nova confiança no futuro.
Em 2015 o candidato derrotado iniciou o “terceiro turno” com a mesma alegação – Dilma Rousseff não teve maioria absoluta dos votos.
Depois tentaram jogar nas costas da presidente a responsabilidade pela corrupção na Petrobrás, que vem de trinta anos e floresceu durante os governos Fernando Henrique e Lula.
Como não deu certo, procuram agora transformar um parecer do TCU em argumento para o impedimento.
No centro das manobras, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que agora promete ir para o tudo ou nada na luta contra a presidente Dilma.
Se o Brasil não aprender com o passado, como ensinou o filósofo Santayana, está condenado a repetí-lo.