.
.
.
O Guairão lotou para ouvir a Orquestra Sinfônica do Paraná nesta noite de quinta-feira.
E aplaudiu em pé a Sinfonia nº 1 de Jean Sibelius e o Concerto para Oboé e Pequena Orquestra, de Richard Strauss.
Por sinal, aplaudiu Sibelius mesmo nos intervalos entre os movimentos, sem constrangimento e sem culpa.
Um ou outro olhar de censura dos mais velhos foi solenemente ignorado, o que acho certo. Não há Glorinha Kalil para música. Consumir Strauss não é consumir escargot manejando aquele talher indecifrável. Se o coro da 9a. Sinfônia de Beethoven provoca entusiasmo na Ode à Alegria, por favor, batam palmas como em um show de Lady Gaga.
O grande crítico Alex Ross defendeu essa nova atitude do público em artigo para a revista New Yorker. Por que tanta seriedade? questiona ele.
Não é só pop star que nos emociona e lota o teatro. Há um público para música clássica, cultivado timidamente nas matinadas de domingo. Herdeiro daquele que frequentava o Teatro Hauer e o velho Guaira, na Doutor Muricy.
O segredo do sucesso é simples: bastante divulgação e a presença de duas estrelas da música erudita – o maestro José Maria Florêncio, regente da Orquestra Capella Bydgostientis, da Polônia, e o oboísta Alex Klein, que foi solista das orquestras Sinfônica de Chicago de Filadélfia.
.
.