Na terra sem homens, um faroeste elegíaco

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Jones e Swank, missão quase impossível.

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Divida de Honra (The Homesman) pertence à categoria dos novos faroestes. Em vez de bandidos e mocinhos, temos um drama malthusiano. Com sinal contrário.

No Oeste em colonização faltam braços para a lavoura de milho, trigo e aveia. As más condições de higiene elevam a mortalidade infantil, que chega a 50 mortes por mil crianças nascidas vivas.

A heroína Mary Bee Cuddy (Hillary Swank) é uma poderosa personagem feminina. Mulher de muita fé em Deus e bastante sucesso na vida, possui duas áreas de terra em Nebraska, cavalos e burros para puxar o arado manual. Sozinha aos 31 anos, com boa saúde, procura marido e quer filhos para continuar o empreendimento.

Um dos pouquíssimo candidatos disponíveis, convidado para jantar e casar na mesma noite, recusa explicando que ela não é bonita e tem fama de mandona. Agradece e avisa que segue para leste à procura de esposa.

A maior parte dos moradores da vila parece concordar com ele. Tanto que o pastor local Alfred Dawn (John Lithgow) decide chamá-la para uma tarefa difícil: levar para Iowa, em carroção fechado, três mulheres que enlouqueceram e só podem ser atendidas lá longe, onde outro pastor metodista ofereceu ajuda.

Sozinha, Hillary não conseguirá fazer a viagem de cinco semanas, enfrentando índios e todo tipo de perigo. Numa das boas cenas do filme, salva um renegado George Briggs (Tommy Lee Jones) do enforcamento em troca de colaboração. O diálogo é ótimo.

George Briggs (montado no cavalo, com a corda no pescoço): Você é um anjo?

Mary Bee Cuddy: Você ainda não está morto.

George Briggs: Me ajude. Você me ajuda? Pelo amor de Deus!

Daqui para frente a história de Mary Bee e George Briggs ganha força. O crítico do Daily Telegraph diz que a atuação dos dois atores vai para a história do cinema. E o roteiro também, cheio de alternativas surpreendentes, filmadas nas belas planícies dos Estados Unidos, segundo o New Mexico Film Office (www.NMFilm.com), responsável por parte dos US$16 milhões investidos na obra.

(Aqui uma pausa para lembrar que, no primeiro governo Ney Braga, quando o Paraná tinha aquele dinheiro todo do café, surgiu a idéia de organizar uma entidade para estimular o cinema no Estado. Era o tempo do nascimento das empresas de economia mista – Sanepar, Codepar, a nova Copel. Um americano chegou a criar o slogan da companhia – Paraná, pine, prairies and pioneers!
Pena que não deu certo.)

Voltando à Divida de Honra, que recebeu 81% de críticas positivas do site de resenhas Rotten Tomatoes, convém informar que entre as loucas está Arabella Sours (Grace Gummer, filha de Meryl Streep, que interpreta a bondosa mulher do pastor metodista de Iowa). As outras são Theoline Belknap (Miranda Otto) e Gro Svendsen (Sonja Richter).

As cenas entre Meryl Streep e Tommy Lee Jones foram todas filmadas em um único dia.

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