Avô que atropelou criança de 2 anos não estava embriagada, diz polícia

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Centro de Guamiranga. Área urbana tem apenas 1.600 moradores.

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Escrevi ontem sobre o acidente de domingo, em Guamiranga, município de 7.500 habitantes, da região de Ponta Grossa. Na garagem da família, como informou Gizele da Silva, da Gazeta do Povo, havia seis carros na hora em que o neto de dois anos foi atropelado pelo carro guiado pela própria avó.

A avó de 51 anos manobrava o veículo na garagem de casa, não percebeu o neto que atrás do carro. Na casa estava toda a família reunida em almoço de confraternização. A polícia foi chamada e disse que a motorista não apresentava sinal de embriaguez.

Foi aberto inquérito, para confirmar os detalhes da morte, que ocorreu no hospital de Ponta Grossa, a 80 quilômetros. A conclusão provavelmente isentará a motorista de responsabilidade pela morte, que deve somar-se a outras 50 mil mortes no trânsito, registradas todo ano no Brasil.

CULPA DE QUEM?

A tragédia da criança esmagada pela viatura dói mais por causa da tecnologia. Como imaginar um motorista deixar de frear quando dispõe de moderno sistema de frenagem de emergência que potencializa a ação dos Antiblockier-Bremssystem, os ABS?

Parece que não há tecnologia capaz de fazer o motorista deixar de lado os problemas. Ou as vaidades.

Nada leva o dono da Ferrari a diminuir a velocidade; ele comprou a máquina para mostrar que é rápido.

Não há Cristo que o impeça de guiar com o celular no ouvido. Ele tem o iphone para exibir. Se tivesse um órgão sexual enorme, ostentaria o imenso pênis. Se fosse só para se comunicar, conservaria aquele Nokia velho que fala e recebe ligações.

E não há discurso que o convença de evitar a bebida, nem de queimar um baseado ou de cheirar uma carreira. Para ele, essas coisas tornam o ato de dirigir mais divertido.

DESENVOLVIDOS ABANDONAM AUTOMÓVEL

Convém observar que essa tecnologia é subestimada pelos países desenvolvidos. Eles mandaram as fábricas de automóvel para cá. Agora andam de bonde, de metrô e de bicicleta em despoluídas avenidas sem cadáveres. Por algum motivo desconhecido, perderam o entusiasmo pelas invenções civilizadas. Muitos preferem patins, outros skate, quase todos correm e alguns chegam a confessar que seu grande barato é caminhar.

Na Copa do Mundo importamos o padrão FIFA. Com a indústria automobilística, nos anos 1950, tínhamos importado o padrão Renault e o padrão Volks. Por esses padrões, o mercado não deve funcionar a não ser em benefício das fábricas. Se a demanda estiver baixa, o governo precisa reduzir o IPI, caso contrário haverá desemprego e perda de lucratividade.

O padrão Volks/Renault exige que se faça mais asfalto por toda parte. Esqueça a escolinha precária, o posto de saúde sem antibiótico.

A prefeita de Guamiranga, onde a tragédia aconteceu, dedica boa parte do orçamento público à pavimentação de ruas e estradas. Sem asfalto, os carros andariam mais devagar, as pessoas sempre atrasadas não viveriam as emoções de um verdadeiro congestionamento. Continuariam naquele mundinho triste e desacelerado.

Falam que a perda de lucratividade pode fazer com que a Renault e a Volks decidam ir embora. Para onde? Talvez para algum lugar da Somália que sonha com sedans e limusines e imensos painéis de instrumentos com telas de LED. E anseia pelas notícias sangrentas após os grandes feriados nacionais.

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