Lendas de viagem

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Jato puro em ceu azul, navegamos pela rota Rio-Lisboa, a bordo da gloriosa TAP.

Pergunto se é verdade a tese de velhos viajantes, de que na primavera as viagens sobre o Atlântico são mais tranquilas porque não há grande diferença de temperatura entre os continentes. Isso não existe, garante o pessoal de bordo. Os comissários já pegaram grandes turbulências em maio e fizeram viagens fantásticas em julho/agosto, quando há neve de um lado e calor de derreter do outro.

A comprovação disso vem logo em seguida. O avião começa a sacudir – e durante os 15 minutos seguintes tudo chacoalha a bordo.

Acho que não há teses inquestionáveis quando se fala em viagens, há lendas. A exceção é a convicção firme de que em cada aeroporto há vários taxistas dispostos a enganar o turista incauto. Essa é cláusula pétrea. O que muda é o jeitão do personagem. No aeroporto da Portela, a 7 quilômetros do centro de Lisboa, ele é um gordo que se diz indignado com a corrupção. Todos roubam e por isso querem uma vaga no Concelho (assim, com c) onde é mais fácil roubar. Ou no alto escalão, onde ficam os ministros.

Isso não significa, explica, que os corruptos desprezem a iniciativa privada. Olhe a produção de vinhos. Marcas famosas, que deviam se dar ao respeito, compram vinho vagabundo para misturar com o seu e ter mais o que vender. E vendem com a cumplicidade de jornalistas de má fé, comerciantes sem escrúpulos, fiscais venais que atestam a qualidade da falsificação.

No esporte, então, nem se fala. Começa pelo Berlusconi, claro, esse cara é hors concours. Mas estão ai também o Havelange e o Ricardo Teixeira, sogro e genro que colocaram o Brasil no ranking da malandragem esportiva, lá no topo. Ao lado dos corruptos dirigentes que conduziram o Sporting, meu alviverde de coração, à decadência.

Neste ponto, o taxista avisou que estávamos chegando, desejou boas férias e, hábil, passou a mão sobre o taxímetro, que mostrou um valor a mais. Estava cobrando bandeira 2 às 11 da manhã de um dia de semana, dentro do perímetro urbano. Em bom português, estava me tungando, o canalha.

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