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O que vão ganhar os professores com a greve?
Ontem, parecia certo um reajuste acima dos 6,06% oferecidos pelo governo. Talvez venham 8,32%, que é o Piso Profissional Nacional. Dificilmente o governo dará os 10,6% pedidos pela APP-Sindicato.
Os professores vão ganhar mais tempo para atividades extra-classe. O governo assumirá o compromisso de convocar imediatamente o concurso para mais 13 mil professores, talvez em duas etapas.
O pagamento dos 100 milhões relativos a promoções e progressões é difícil. Pode sair alguma coisa, porque o ano é eleitoral. Tudo não porque o Estado está quebrado e o governo federal não tem vontade de ajudar o governador do PSDB candidato à reeleição.
Em resumo, os mestres vão ganhar muito pouco. A sociedade ganhará menos ainda.
Havia uma esperança de que surgisse uma nova agenda, menos corporativa. Incluiria, por exemplo, a volta do ensino de música. É um pre-requisito para melhorar o aprendizado, principalmente nas ciências exatas. A lei 11769, de agosto de 2008, alterou a Lei de Diretrizes e Bases para tornar a música obrigatória na grade curricular.
A nova agenda – a agenda da sociedade – deveria defender a obrigatoriedade de construir instalações esportivas para mais de um milhão de estudantes paranaenses que não têm professor nem local para o esporte.
É uma decisão urgente porque áreas importantes têm sido perdidas. O velho estadio do Britania virou supermercado. O mesmo destino aguarda o do Palmeiras e a maior parte do Joquei Clube.