O pinheiro de 30 anos agora é lenha
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Na manhã de sábado ronca a motosserra. Agride os ouvidos ambientalistas dos vizinhos do Alto da Glória.
Uma imagem cruel.
O pinheiro abatido jaz no chão, corpo de delito transeunte, a materializar o crime.
Mas não há crime.
É uma eutanásia justificadíssima, informam os homens da motosserra.
O pinheiro estalava de tão velho e doente, sofria.
Ao morrer – e isso aconteceria à primeira chuvarada de janeiro, ao primeiro vento forte – cairia sobre inocentes edificações vizinhas.
Em casos assim, não se aplica o decreto federal 6514, que prevê multa de 500 reais por árvore abatida.
Assim mesmo, não é bom de ver a agonia desse remanescente da Mata Atlântica, que cobria o planalto de Curitiba e inspirava os poetas simbolístas.
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