Platini e platitudes

platini

Nunca foi tão bom?


.

Betty Milan, da Folha de S. Paulo, conta: o francês Michel Platini, 58, um dos maiores jogadores da Europa nos anos 1980, disse, na Bahia, onde assistia ao sorteio dos jogos da Copa do Mundo, que o futebol “nunca foi tão bom” como é hoje.

Está certo que Platini, atual presidente da Uefa, que dirige o futebol europeu, e é candidato a presidente da Fifa, deve exaltar o esporte – afinal, seu fonte de renda a vida inteira. Mas, está no Brasil, precisa olhar em torno, ele que sempre teve muita visão de jogo.

Não é preciso dizer ao ex-craque da seleção francesa que o Brasil é um pais injusto. A injustiça espalha-se por toda a sociedade e incide com intensidade muito grande no futebol.

Alguns jogadores são, como Platini, muito ricos, podem até alugar um castelo francês para dar sua festa de casamento, como fez Ronaldo Fenômeno; outros, mal ganham para comer.

Entre os clubes é igual. Os ricos da primeira divisão jogam o ano inteiro e recebem generosa bolsa da TV Globo. Os pequenos – que às vezes só têm um jogo de camisas – disputaram em média, 18 jogos cada um em 2013.

Na arquibancada, a mesma coisa. Enquanto alguns tomam cerveja gelada no camarote, outros suam e passam sede no cimento do estádio – tão quente como o sétimo círculo do Inferno.

E se xingam e se agridem e chutam a cabeça dos que caem.

atletico

Sangue e violência no cimento quente.


.

Olha ai, Platini, o retrato do futebol que nunca foi tão bom.

Esta entrada foi publicada em Sem categoria. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *