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Delegado desqualificando perito? Secretário de Segurança deixando a briga rolar?
Esse caso Tainá, que está virando baixaria, sugere uma reflexão sobre o estado das coisas na polícia do Paraná.
Meu amigo, que é da área, está cada vez mais convencido de que a Justiça não começa no juiz, no promotor, no delegado – começa no Departamento Médico Legal.
Na entrada do Departamento Médico Legal de Nova York está escrito: “Taceant colloquia. Effugiat risus. Hic locus est ubi mors gaudt succurrere vitae. (Que cessem as conversas. Que pare o riso. Este é o lugar em que os mortos têm a alegria de ajudar os vivos.” (*)
O DML de lá não é o melhor do mundo. (Parece que o melhor do mundo está na Finlândia). Mas funciona bem.
“Quando a equipe traz um corpo, a maca é posta na rampa e passa por um detector de radiações que fica sobre a porta. Se o alarme disparar, indica a presença de material radioativo, como radiofármacos usados no tratamento de alguns tipos de câncer. A próxima parada é na balança onde o corpo é pesado e medido. O destino seguinte depende das condições do corpo. Se estiver em adiantado estado de decomposição vai para a câmara frigorífica da decomposição, próxima à sala de decomposição, onde a autópsia é feita em isolamento, com ventilação adequada e outras medidas de precaução.
Se o corpo estiver em boas condições, é levado numa maca para uma viagem que pode incluir diversas paradas – a sala de raios X, a sala de coleta de amostras histológicas, o laboratório de antropologia forense, duas outras câmaras frigoríficas para corpos recentes ainda não examinados, o elevador para os que vão para a identificação no andar de cima, os armários para provas periciais, a sala de neuropatologia, a sala de patologias cardíacas, a sala principal de autópsia.”
A médica curitibana lê a descrição e comenta, desanimada.
-Igualzinho ao nosso DML.
(*) – Está em Patricia Cornwell, “Fator Scarpetta”.