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O institutos de pesquisa erram; ele acerta todas

O mago da pesquisa Nate Silver

 

Nate Silver é conhecido não apenas por predizer quem vai ganhar eleições, mas pela precisão das previsões.

Na avaliação final de 2012 ele deu a Obama 50.8% do voto popular e o número final foi 50.9%. Erro de apenas 0.01%.  Acertou os resultados do pleito em todos os Estados dos EUA.

Seu livro The Signal and the Noise: Why So Many Predictions Fail – But Some Don’t virou um best seller instantâneo. Está disponível, por enquanto, apenas em inglês. A edição é da Penguin, tem 534 páginas e custa US$16.35 na Amazon (US$9.99 para ler no Kindle).

Andrew Hacker, autor da resenha do livro na New York Review of  Books, resumiu o impacto da obra com uma frase: “Seus poderes de previsão são assombrosos”.

Resultados eleitorais ocupam apenas um capítulo, mais curto que outros sobre basebol, previsão do tempo e xadrez. Na realidade, Silver escreveu um tratado sobre a elaboração de previsões dirigido a leitores leigos. Não há matemática. As previsões vão do tempo no próximo inverno a um possível ataque terrorista.

O livro de Silver abala alguns fundamentos do negócio dos institutos que vendem pesquisas eleitorais. Previsões normais são oferecidas aos partidos políticos e aos veículos de comunicação com margem de erro de até tres pontos para baixo ou para cima. Isso significa que quando se atribui 52% a um candidato podemos estar falando de qualquer coisa entre 55% e 49%. Agora aparece alguém que oferece a mesma coisa com erro de apenas um décimo de ponto.

Os Institutos vão ter que se mexer. Criar alternativas que evitem resultados funestos para sua reputação. Na última eleição para a prefeitura de Curitiba, se as previsões estivessem certas, o segundo turno seria disputado por Ratinho Junior e Luciano Ducci.

Nos Estados Unidos, as previsões finais dos institutos Rasmussen e Gallup também estavam erradas: deram vitória a Romney sobre Obama.

Há explicações para isso. Está cada vez mais difícil fazer pesquisa eleitoral. De acordo com recente relatório do Pew Research Center, há alguns anos, em 1997, cerca de 90% das pessoas selecionadas para determinada amostra poderiam ser alcançados pessoalmente ou por telefone. E 36% das pessoas estariam dispostas e ser entrevistadas.

Hoje, o número piorou muito. Só 62% das pessoas são alcançáveis e apenas 9% concordam em responder ao pesquisador.

No Brasil, as dificuldades aumentam porque entrevistadores temem entrar em certas regiões da cidade com medo de assalto. E os condomínios criam barreiras para evitar o acesso dos pesquisadores.

O que faz Nate Silver? Em vez preparar suas próprias pesquisas, coleta uma série de relatórios locais e nacionais e entra com eles em uma base de dados que idealizou. Combina amostras de varias pesquisas e passa a trabalhar com um volume muito maior de entrevistados reduzindo a margem de erro.

Nem tudo que aparece é processado. As informações passam por filtros que incluem a teoria das probabilidades, o apelo eleitoral do candidato e mudanças na demografia, como um súbito aumento nos registros de eleitores de sobrenome hispânico.

O blog de Nate Silver é publicado no New York Times.

Posted on 2nd janeiro 2013 in Sem categoria  •  No comments yet

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