logo
Governo e política, crime e segurança, arte, escola, dinheiro e principalmente gente da cidade sem portas
post

Um conselho do filósofo para os males da cidade engarrafada e insegura: volte a ser famosa

 

 

 

A condição de ser feliz Euripedes nunca se meteu em política. Mas tinha uma receita de felicidade

 

A primeira condição para ser feliz é ter nascido em uma cidade famosa.

                                                                                  (Eurípides, no ano 415 antes de Cristo.)

 

Em 1970, Curitiba ficou famosa.

Jaime Lerner assumiu a Prefeitura com o Plano Diretor debaixo do braço e transformou a cidade em modelo de boas soluções urbanas.

Não era só o Plano. Ele chegou com a equipe pronta, afinada e maturada ao longo de anos na Escola de Arquitetura da UFPR e no IPPUC.

Leu o discurso de posse e no dia seguinte já estava governando.

Ganhamos todos.

Agora, 42 anos depois, atual prefeito fez campanha pedindo reeleição porque “Curitiba é um canteiro de obras.”

Não foi nem para o segundo turno. O eleitor negou a Luciano Ducci um novo mandato porque se sentiu em um canteiro de obras mal planejadas e pessimamente administradas.

Então elegeu Fruet como que dizendo: vá lá, termine as obras e organize a coisa.

É o que se lê nas pesquisas. O cidadão votou preocupado com a cidade outrora famosa. Com postos de saúde que funcionam mal, com engarrafamentos, com a falta de creches, com o trânsito assassino.

É um mandato claro e simples, para cumprir com urgência, lembrando que governar é pegar no leme e dirigir a embarcação. E que navegação é coisa complicada, em sentido lato ou figurado. Há ventos ariscos, tempestades chegam quando menos se espera.

Se o capitão do navio convocar uma reunião com os marinheiros para decidir se recolhe as velas ou muda de rumo, afundará antes do consenso.

Vale a pena insistir nesse ponto: Jaime Lerner fez um grande governo em 70 porque pegou no leme, que em latim é gubernaculum, e executou o plano que trazia pronto.

Daí, é estranho que o Gustavo Fruet não tenha escalado seus auxiliares logo após a eleição. Não era difícil, os nomes estavam na boca do povo que nem os da seleção de 70. Ninguém reclamaria da escolha.

Agora complicou. As semanas passaram e é espantoso como se multiplicou o número de vencedores/credores – grupos políticos, organizações variadas, pessoas físicas. Junto, multiplicaram-se as listas de pretendentes.

Mesmo que os nomes saiam hoje, registre-se que o prefeito eleito perdeu tempo negociando nomes quando podia preparar ações para o primeiro dia de governo.

As urnas ofereceram um único conselho ao novo prefeito. Disseram: Vai, Gustavo, toque o barco.

Se alguém reclamar o mau jeito, lembre que o serviço é pra ontem. E que governar não é uma ciência exata.

 

 

 

Posted on 26th novembro 2012 in Sem categoria  •  No comments yet

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *