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Jornalismo pós-industrial – notícia barata, feita pelo cidadão-jornalista

novas ferramentas Novas ferramentas de trabalho para um novo tempo.

 

 

Não é conveniente perder tempo com a discussão sobre o futuro da indústria da mídia. Principalmente porque a mídia não é mais uma indústria.

Há indústria quando várias empresas caracterizam-se pela similaridade de métodos e outras organizações fora do grupo não conseguem apresentar um produto competitivo. Essa condição existia e não existe mais no ecossistema pós-industrial.

Esta é a primeira e principal conclusão dos autores C.W. Anderson, Emily Bell e Clay Shirky, convocados pelo Tow Center for Digital Journalism, da Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia, para expor a nova realidade das mídias.

Eles iniciam o relatório de 126 páginas lembrando a famosa definição de Lord Northcliff (Alfred Harmsworth (18651922), jornalista e empresário inglês, fundador do Daily Mail e do Daily Mirror): “Notícia é aquela informação que alguém em algum lugar não quer ver publicada. O resto é publicidade.”

No mundo de Lord Northcliff o discurso público era escasso – falo de um periodo que começou com Gutemberg e terminou há pouco. Jornalistas eram profissionais contratados por publishers e os publishers formavam um seleto grupo que com acesso aos meios para fazer o discurso público.

Agora, vivemos a era da Big Data, do smartphone barato, da banda larga. Até onde se pode olhar o futuro, jornalista passa a ser um artesão entre muitos, que apura e publica o fato com facilidade – mesmo que alguém em algum lugar não queira vê-lo divulgado.

O problema discutido pelos autores é complicado: a notícia virou negócio de todo o mundo, desmonetizou-se; o mundo multifacetado de cidadãos-jornalistas, de populações superalimentada pela notícis-commodity. Onde ficam as organizações jornalísticas tradicionais? Como vão se financiar, se a publicidade chega cada vez mais escassa pela concorrência da internet?

Onde acharão novos tipos de anunciante para este novo modelo de jornalismo em rede? Os leitores concordarão em pagar para saber aquilo que está nos sites, blogs, facebook e twitter? Surgirão generosos doadores? O Estado criará subsídios e os distribuirá equitativamente? Caso contrário, chau, democracia.

Dá um trabalhinho, mas Post-Industrial Journalism vale a leitura.

Posted on 7th agosto 2013 in Sem categoria  •  No comments yet

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