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A mídia de massa dá lugar à massa da mídia (de Pablo Capilé, entrevistado no Roda Viva)

Roda Viva segunda feira Grande entrevista do Midia Ninja na despedida de Mario Sergio Conti.

 

Bruno Torturra e o produtor cultural Pablo Capilé, idealizadores do grupo Mídia Ninja, foram os entrevistados do Roda Viva da TV Cultura. Foi um programa notável pela qualidade do debate sobre as novas mídias, o financiamento do jornalismo alternativo, a imprensa atual e seu futuro. Clique e dê uma olhada.

O programa foi o último de Mario Sergio Conti, um craque para pautar os entrevistados. Parece que o governo paulista, que mantém a Fundação Padre Anchieta, não gostou das pautas. Para não sentir falta do Mario Sergio, dê uma olhada na última Piaui, Ele resenhou a biografia de José Dirceu (Dirceu – A Biografia (2013), Editora Record, 343 páginas, de autoria de Otávio Cabral),

“Uma invencionice delirante”. Conti aponta uma dezena de erros nas seis primeiras páginas do livro. Como a informação de que a prisão de Dirceu, em 1968, foi “transmitida em rede nacional de televisão”, embora na época o Brasil não tivesse rede nacional de tevê.

Conti é um pesquisador acurado. Só duvida disso quem não leu Notícias do Planalto, a Imprensa e Fernando Collor (Companhia Das Letras, 1999,  719 pag), seu livro sobre o ex-presidente, apresentado nas escolas de jornalismo como modelo de investigação sobre história contemporânea.

Foram checadas informações sobre uma visita que é descrita em detalhes no livro: a viagem de “uma comitiva liderada por Lula e José Dirceu” ao Haiti. Fala que os dois foram ao Estádio Nacional “num caminhão de bombeiros, junto com astros do futebol brasileiro como Roberto Carlos Ronaldinho Gaucho e Ronaldo Fenômeno. Dirceu tirou fotos com todos antes de entrar no veículo”. Conta que “às quatro da tarde o Hino Brasileiro foi tocado e Dirceu chorou”.

No segundo tempo, o goleiro Fernando Henrique substituiu o titular e, prossegue Cabral, “assim que viu o homônimo do ex-presidente entrando em campo, Dirceu virou-se para Kaday (Antonio Carlos de Almeida Castro, advogado) e ironizou: “Bem que esse Fernando Henrique podia tomar um gol. Ai a festa vai ser perfeita.”

A verdade descoberta por Mario Sergio Conti: Dirceu não foi ao Haiti. Não estava no Estadio Nacional. Não tirou fotografias com jogadores. Não apareceu no documentário sobre a partida, O Dia em que o Brasil Esteve Aqui, com mais de uma hora de duração. Comentário final de Conti sobre o livro: “Pode-se perguntar a Lula, a Ricardo Teixeira, a Kakay, aos jogadores, às pessoas da comitiva, a todos que lá estiveram, se José Dirceu compareceu. E eles diriam: não. José Dirceu não foi ao Haiti. Em vez de trabalhar, Otávio Cabral preferiu a invencionice delirante”.

 

conti Mario Sergio Conti no seu último Roda Viva

 

Posted on 7th agosto 2013 in Sem categoria  •  No comments yet

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