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EL SOPLÓN

osososos O exemplo dos má conduta é infeccioso.

 

Como se diz dedo-duro em espanhol?

É soplón. Eu não sabia até ler um artigo de Ezequiel Fernandez Moores, em La Nacion. Citando o deputado Adriano Diogo, do PT, que foi torturado nos anos 70, o jornalista argentino conta que José Maria Marin, presidente da Confederação Brasileira de Futebol, “fue um soplón de la ditadura. No puede ser presidente de la CBF. Tiene las manos manchadas de sangre.”

 

No mesmo artigo, citando o jornalista Juca Kfuri, Ezequiel Moores informa que Marin, quando deputado da Arena, denunciou no Congresso que havia infiltração comunista na TV Cultura, Canal 2, de São Paulo. Dezesseis dias depois de seu discurso, o jornalista Vladimir Herzog, editor da TV Cultura, foi preso e assassinado no DOI-CODI.

 

Numa longa análise dos malfeitos de dirigentes do futebol brasileiro, lembra a renúncia de Ricardo Teixeira, sob o peso de denuncias de corrupção. Atuava junto com Joseph Blatter, a quem aspirava suceder na direção da FIFA.

Teixeira vive hoje em Boca Raton, perto de Miami, onde possui mansão com sete dormitórios, oito banheiros e 600 metros quadrados em Sunset Island. Segundo a Folha de S. Paulo, ele comprou o imóvel de Anna Kournikova por 7,4 milhões de dólares.

casa ricardo Local do doce exílio de Ricardo Teixeira nos EUA

 

 

A má conduta dos dirigentes é infecciosa.

 

Contaminou o desempenho das equipes nacionais. O Brasil caiu para 18º lugar entre as potências futebolísticas. A cartolagem fez o que sempre faz – decidiu que a culpa era do técnico Mano Menezes. Marin chamou Luiz Felipe Scolari, que acumulou dois empates e uma derrota em três amistosos internacionais, candidatando-se a ser o próximo culpado.

 

Se a seleção fosse uma sociedade anônima com ações na Bolsa de Valores derrubava o Ibovespa. Como não tem ações, derrubou a cobertura do Engenhão, estádio inaugurado há sete anos para o Panamericano e já interditado.

 

Ricardo Boechat, âncora da BandNewsFM, criticou a ausência de responsabilização das empreiteiras Delta, OAS e Odebrecht. E pediu para incluir na lista dos culpados o ex-prefeito Cesar Maia, que recebeu a obra como boa.

 

Em Curitiba, arrasta-se a Arena do Atlético, agora com novo aditivo de 30 milhões. O jornalista Airton Cordeiro é um dos que reclama da falta de transparência do negócio, que envolvedinheiro do Estado e do Município de Curitiba. Dinheiro do contribuinte em um estádio particular.

 

Vou fazer um vaticínio: um dia ouviremos que o Ministério Público está investigando o negócio. Tudo começou em 2012, quando o diretor jurídico do Atlético, advogado Cid Campelo, denunciou situações chamadas por ele de “imorais” no processo de reforma no estádio para a Copa do Mundo de 2014.

 

Por que não investigou antes? Porque, meu caro, ninguém aqui quer ser chamado de soplón.

Posted on 29th março 2013 in Sem categoria  •  No comments yet

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