logo
Governo e política, crime e segurança, arte, escola, dinheiro e principalmente gente da cidade sem portas
post

A imprensa e a renúncia

o papa Abdicação difícil de interpretar

 

 

A imprensa mundial estava despreparada para lidar com a notícia – e principalmente com a interpretação da notícia – da renúncia do Papa Bento XVI.  Os jornais brasileiros, muito menos. O que ela 1.5em;">significa?

 

Ontem, um despacho da Associated Press conseguiu uma explicação: “A aposentadoria do Papa significa exatamente isso – aposentadoria”.

 

Hoje, a Folha de S. Paulo completou:  “Bento XVI não interferirá na escolha do sucessor. Vaticano disse ontem que o papa Bento 16 não vai interferir diretamente na escolha de seu sucessor, relata Graciliano Rocha. “O papa não é um cardeal e não vai participar do conclave”, afirmou o porta- voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, em referência à reunião de cardeais que definirá o novo pontífice.”

Bento XVI será chamado Bispo Emérito de Roma e um assessor, Greg Burke, acrescentou que poderá ser chamado de Sua Santidade “como uma cortesia”, como os ex-presidentes da República. Receberá homenagens como teólogo e pensador. O anel pontifício vai ser destruído, como acontece quando um papa morre. Simbolicamente, a destruição significa que ele não vai influir na escolha do sucessor. Uma coisa impensável na política aqui de fora do Vaticano.

 

Mas os jornalistas do mundo inteiro continuam com suas dúvidas sobre o que aconteceu em Roma segunda-feira passada.

A renúncia foi um ato personalíssimo? O Papa, iluminado pelo Espírito Santo, sentindo a saúde abalada, decidiu que era hora de passar o báculo para alguém com mais saúde para enfrentar os problemas da Santa Sé?

Ou é melhor uma interpretação mais secular? O Papa não suportou a pressão gerada internamente pela dificuldade em administrar problemas diários do Vaticano.

No New York Times, Rachel Donadio, lembra que em 2010 promotores de justiça de Roma apreenderam US$30mi do Banco do Vaticano. E a investigação sobre lavagem de dinheiro continua.

Naquele mesmo ano, policiais prenderam o mordomo do Papa acusando-o do roubo de um diário, que conteria documentos detalhando profunda corrupção dentro do Vaticano.

O documentarista Alex Gibney, ganhador do Oscar por “Mea Maxima Culpa”, diz que a renuncia está ligada à imagem de tolerância ante escândalos sexuais que ocorreram principalmente nos Estados Unidos.

O Vaticano relevou detalhas da doença cardíaca (o papa usa um marca-passo há mais de dez anos) que complica o desempenho da missão do pontífice.

Agora, o que importa é saber se o novo papa, pelo fato de ser novo, poderá resolver os problemas da Igreja. Ou se a eleição vai iniciar uma reforma profunda como parecia que seria feito há mais de meio século, quando o Concílio Vaticano escolheu o Papa João XXIII.

E mais importante ainda, diz um analista, é fortalecer o catolicismo como grande força civilizadora, que precisa ser democrática para se ajustar aos novos tempos.

Posted on 13th fevereiro 2013 in Sem categoria  •  No comments yet

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *