O Brasil na beira do abismo, como em 1961

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Mais uma trapalhada. Ao contrário da prometida embaixada, Bolsonaro anunciou a abertura de um “escritório comercial” em Jerusalem. A nove dias da eleição que pode ser fatal para Netanyahu.

 

 

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O cientista político André Singer conta que voltou a circular a perene proposta de implantar o regime parlamentarista no Brasil e faz um prognóstico: a ideia vai crescer na próxima rodada de dificuldades presidenciais.

A explicação é simples: avolumam-se os sinais de que o presidente Bolsonaro começa a ficar sem governabilidade, causando preocupação aos donos do dinheiro.

O parlamentarismo funcionou no Império, porque era tudo mais simples e votava-se de cabresto. Serviu de remédio heroico em 1961, na crise da renúncia de Janio Quadros. Dois anos depois voltávamos ao presidencialismo.

E hoje é uma solução complicada, quase inacessível, segundo especialistas. Mas parece fácil para quem entra no Youtube e assiste ao stand up do John Bercow, (order! Order!) presidente da Camara dos Comuns e moderador dos debates sobre a saída da Inglaterra da União Européia.

Aquela assembleia é um modelo de ordem. Um MP (membro do parlamento) chama o outro de “desajeitado” e Bercow intervem para exigir que peça desculpas em nome da cortesia parlamentar. O MP reclama, argumenta, mas acaba concordando e pede desculpas. Um colega dele não se desculpou e recebeu ordem de se retirar do plenário. Obedeceu.

Os ingleses são assim porque receberam uma educação melhor do que a nossa? Não, os motivos são outros.

Em primeiro lugar, a maioria dos parlamentares já aprendeu como se comportar. A Câmara dos Comuns tem um índice de renovação muito baixo. Na atual legislatura só há 82 deputados novos entre 650. Que diferença: 12% lá, 60% aqui.

Segundo, cada deputado representa um distrito eleitoral (constituency) e sua carreira se sustenta na relação de confiança com o eleitor. O cara responde emails, atende o telefone, aceita ser cobrado toda semana. No Brasil não há essa cultura. Muitos deputados nem olham a cara do eleitor e, na próxima eleição, vão buscar votos em outras regiões.

Os políticos brasileiros em geral não gostam do voto distrital porque não podem representar o eleitor. Estão lá por conta de grupos econômicos, igrejas, sindicatos, a pecuária, os cartórios, as Forças Armadas, as milicias e outras organizações criminosas.

Fazer lobby de madeireiras e ao mesmo tempo defender o interesse público? É esquizofrenia aguda, que explica o jeitão meio catatônico de alguns deputados e o discurso descolado da realidade.

Mas uma coisa é indiscutível: parlamentarismo sem voto distrital será precário, desastroso, como foi em 1961.

 

 

 

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