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Cris Wylie, um whitleblower, denunciou esquema de manipulação política da opinião pública que atuou em 200 campanhas em todos os continentes. (A foto é do Guardian)
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O nome do jogo é domínio informacional. Envolveu a captura de 50 milhões de perfis do Facebook. E o uso das informações para construir um algorítmo capaz de analisar características culturais, econômicas, de gênero e raça de cada usuário e influenciar seu comportamento eleitoral.
Os detalhes foram revelados pelo delator (whistleblower) Chistopher Wylie, cientista digital que ajudou a criar a ferramenta e a operar com ela no contexto de muitas eleições democráticas. Uma entrevista com ele aqui.
A Cambridge Analytica é ligada à Universidade de Cambridge, e tem como grande investidor Robert Mercer, um dos apoiadores de Donald Trump. Até “likes” do Facebook foram transformados por ela em ferramenta política. Muito lucrativa, vendeu serviços em mais de 200 eleições e campanhas de formação de opinião pública no mundo inteiro.
A denúncia está no The Guardian e interessa ao Brasil, onde a rede social é usada para alimentar as campanhas de ódio que racharam a sociedade ao meio nos últimos anos. A Cambridge Analitica está no Brasil desde dezembro do ano passado e anunciou a intenção de participar da campanha presidencial de 2018.
Interessa à Nigéria, onde em 2007 uma campanha de boatos influenciou a eleição presidencial.
Interessa à Inglaterra, onde a Cambridge Analytica e o Facebook são investigados pelo British Information Commissioner’s Office sobre a atuação que tiveram na votação do Brexit. E onde a Comissão Eleitoral também investiga o papel desempenhado pela Cambridge Analytica no referendo que decidiu pela saída da União Europeia.
E interessa muito aos Estados Unidos, porque a empresa aliou-se a Steve Bannon, o marqueteiro de Donald Trump, e trabalhou na eleição do atual presidente. Pior ainda: o trabalho foi executado após o contato com a gigante petrolífera russa Lukoil, que pertence a um magnata estreitamente ligado ao presidente Putin.
A matéria completa está em www.theguardian.com/news/2018/mar/17/cambridge-analytica-facebook-influence-us-election