O Secretário defende o pacotão. Falácias

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Mauro Ricardo Costa
(Foto: Julio César da Costa Souza/SEFA)

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O secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, interrogado pela repórter Rosana Felix, da Gazeta do Povo, sobre o pacotão do governo, falou bonito: “São medidas urgentes porque precisamos encaminhar a proposta orçamentária de 2018 com base no que for aprovado pela Assembléia”.

Desculpe, mas não é verdade.

O governo pediu urgência porque não quer saber de debate com a sociedade, que não concorda com esses cortes de despesa.

O certo seria discutir o assunto, na Assembléia e fora dela. Mauro Ricardo acha desnecessário.

-Os deputados foram eleitos pela sociedade justamente para deliberarem em nome dela. É o que farão.

O secretário quer nos enrolar com a velha falácia do petitio principii. O truque consiste em usar parte da conclusão como suporte da premissa. Um raciocínio circular. Exemplos:

“Por que você resolveu tornar-se vegetariano, João? Porque eu não como carne.”

“Atividade paranormal é real porque eu tive uma experiência que só pode ser descrita como atividade paranormal.”

“Por que os deputados votam pela sociedade? Porque foram eleitos para votar por ela.”

Bullshit. No sistema representativo, o eleito recebe um mandato, uma procuração, do eleitor para defender um conjunto de propostas. Caso vote contra o mandato pode ser cassado. A justiça eleitoral tem cassado deputados que desobedecem o programa partidário.

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Atenção: Todas as pesquisas mostram que o eleitor é contra o pacotão e o tratoraço.

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O secretário da Fazenda produziu nova falácia ao defender o pacote.

“O termo pacote vem sendo usado em sentido pejorativo. É um conjunto de medidas que vão (sic) propiciar a redução das despesas do Estado para fazer mais em benefício da população.”

É a falácia da projeção. Ocorre quando alguém projeta sentimentos pessoais, crenças, delírios ou suposições, sem evidência que confirme a ideia. Às vezes é o inconsciente que contribui para a projeção – Freud explica. Às vezes é malandragem em estado puro.

A história financeira do Estado mostra que os programas de redução de despesas raramente beneficiaram a população. Em compensação, jamais prejudicaram os grandes fornecedores de serviços e os megacredores.

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Reduzir despesas significa menos dinheiro circulando na economia, menos compras nas lojas, menos encomendas às indústrias, menos empregos, menos gasolina nos carros da polícia e ainda menos segurança nas ruas.
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