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No rebaixamento da Escola de Samba Nenê de Vila Matilde há uma lição: o bom sambista não mente.
Foi o samba-enredo mais mentiroso da história. Os compositores estão de sacanagem com a gente.
Ou estão zoando. Fizeram o Samba do Contrário.
Começa por dizer que Poty coloriu as calçadas. Poty era monocromático, gente boa. As poucas vezes que usou cor foi para atender pedidos de amigos.
Anotem a mentirada. Os versos em itálico são do samba-enredo da Vila exaltando Curitiba. O título é: “Coré Etuba- A Ópera de todos os povos, terra de todas as gentes, Curitiba de todos os sonhos!”.
Voar por este imenso paraíso
Que a natureza abençoou
Pra ser honestos, deviam cantar assim:
Voar para essa terra sem juízo
30 homicídios por 100 mil habitantes.
Vai faltar ataúde
Acima de 10 é epidemia,
Quem é que diz?
A Organização Mundial de Saúde.
Diz o samba chapa branca:
Índio dançou, bateu tambor
Pra afastar a coroa portuguesa
Versão correta:
Em 21 de março de 1880
A indiarada não bateu tambor.
Só foguetório e beija-mão pro Imperador
Disse o samba-enredo:
Sorriso no rosto
Meu povo é mais feliz
Versão mais realista:
Não quero ver rosto feliz
Fique na bronca, povinho fedorento
A tarifa aumentei 15 por cento
No final, o samba-enredo exagerou mesmo:
Futuro, qualidade, educação
Exemplo de modelo à nação
O correto era cantar:
Oi laraia Oi laraiô
Oi laraia professor
que enfrentou a batalha
(bis)
A Batalha do Centro Cívico
Está no relicário popular
Não tenho prova, mas tenho convicção
Foi um mega vexame pra nação
Professor enfrentando pitbull
Deputado dizendo tudo azul
Bombas de efeito moral
E bala de borracha
(breque)
no genital
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P.S> – Preciso de ajuda para dar crédito ao autor da fotografia.