.

Segundo Jung, o doutor Freud via o cérebro como um apêndice das glândulas genitais. A publicidade aproveitou a ideia para vender automóveis. .
.
.
Sabe o carrão? Aquele dos sonhos? O pegador? O orgulho do boy?
Está condenado.
O carro particular está condenado ao desaparecimento.Em todo o mundo.
Vejam o que aconteceu com Curitiba. Era uma cidade-modelo. Nos últimos 20 anos a extensão de ruas pavimentadas aumentou cerca de 20%. Mas a frota de veículos ficou três vezes maior.
Agora, há 541 automóveis e 130 motocicletas por mil habitantes – o dobro da média brasileira.
Daqui a uma semana recomeçam as aulas. O olho vai arder de tanto CO2, o colarinho branco vai ficar preto de partículas em suspensão.
Os pulmões sofrerão com o SO2, o resíduo da queima de diesel, que agora é maior porque a frota de ônibus está velha.
O engarrafamento não é só um problema curitibano, é mundial.
Mas os outros se mexem.
Estão mudando o jeito de usar o automóvel.
1. Compartilham. Na Europa e nos Estados Unidos empresas descobrem para onde você vai, e a que horas, para colocá-lo no carro de alguém que também vai para lá. Isso reduz a poluição atmosférica, os acidentes, o gasto com gasolina. Como fazem isso? Algorítimos, cara. Aprendi com o neto que está no ensino médio.
2. Exigem veículos de tração mista. Gasolina + biocombustível ou gasolina + energia elétrica.
3. Terceirizam. Vendem o carro e adquirem transporte compartilhado de empresas como o Uber. Não ter carro próprio é uma decisão inteligente. Imaginou não pagar IPTU, prestação, seguro, nem perder tempo com lavagem e manutenção?
Li todas essas boas notícias no site do parlamento britânico (www.parliament.uk), que publica os debates da Comissão de Transportes. Outras informações estão em pesquisa do YouGov.
1. 28% dos londrinos que possuiam automóvel agora não têm mais. Usam o Uber e os concorrentes dele. A porcentagem aumenta para 42% em usuários recentes.
2. Um em cinco londrinos (19%) revelaram que estão menos inclinados a comprar carro no futuro.
A tendência é confirmada por números do DVLA, o Detran deles. Diminuiu a emissão de carteiras de motorista para os jovens de 25 anos ou menos. Menos 6,2% desde novembro de 2012.
Outro benefício da queda é a redução da procura por estacionamento.
Um carro médio passa 95% da vida útil estacionado, e 16% da área urbana no centro de Londres é usado para estacionar – uma área cujo valor é estimado em 200 bilhões de libras.
A pesquisa informa ainda: de cada três carros que circulam pela rua, um está procurando onde estacionar. Estacionar representa perda de tempo, custa dinheiro e cria tráfego desnecessário.
***
P.S. – Se quiser saber mais, entre em http://www.itf-oecd.org/sites/default/files/docs/shared-mobility-liveable-cities.pdf
P.S.2 – Se quiser saber muito mais, pergunte-se por que nenhum desses assuntos foi discutido na eleição do prefeito.