.
.
Cada dia, um novo mistério.
Por que O Globo deu manchete de página para uma não-notícia, que nem sequer foi gerada em sua redação?
Está lá, no alto da página do jornal online: “Cerveró muda versão sobre propina à Lula na campanha de 2006, diz jornal.”
Que jornal? O Valor Econômico, que pertence a O Globo e à Folha de S. Paulo.
Então não é “diz jornal”. É “diz o meu jornal”.´
Eis a não-notícia: ”
O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, teria modicado sua versão sobre um suposto pagamento de propina de US$ 4 milhões à campanha do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, segundo um documento obtido pelo jornal “Valor Econômico”. De acordo com o texto, os recursos teriam origem na obra de Renovação do Parque de Refino (Revamp) da refinaria de Pasadena, no Texas.
Notem: Cerveró “teria modificado sua versão”. Sobre o que? Sobre “um suposto pagamento de propina”. De acordo com o “documento” citado, os recursos “teriam” origem na obra de renovação do Parque de Refino de Pasadena.
Um verbo no condicional prostitui a informação. Devia colocar o “suposto” fato na pilha das notícias que devem ser checadas para merecer crédito.
Mas a não-notícia foi publicada no Brasil inteiro, pelo Globo e pelos jornais que usam serviços da Agência Globo. Está, por exemplo, na Folha Rondoniense e em mais 400 jornais, rádios e portais.
***
Será o tal “golpe mediático”? Preguiça de responder.