.
.
.
Mesmo em janeiro, mês de férias, políticos têm que trabalhar. Propelidos por forte instinto de sobrevivência, inventam assuntos, reúnem-se com ex-inimigos, fabricam pesquisas sobre porcaria nenhuma, as pespones, demitem assessores, nomeiam assessores.
Tudo para não perder espaço na mídia.
Em Washington, o presidente Barack Obama trocou até de redator de discursos. O novo vai apresentar o trabalho hoje às 9h da noite, no tradicional pronunciamento sobre o estado da União.
Quem é do ramo observará que foi feito um esforço adicional para transformar essa rotina sem graça em notícia. Coisa de publicitário competente.
Começa com a chamada no Facebook e outras mídias sociais. “Todos os olhos no Presidente”, convoca a chamada, antecipando que não será um blablabla inconsequente.
O post foi curtido em todo o mundo por 7.350 pessoas, entre elas a minha colega Silvia Ogrodovski, que assessora a secretaria Fernanda Richa. Não conferi o que está acontecendo para os lados do Gustavo Fruet, mas o novo secretário de comunicação Paulo Vitola é ligadíssimo em mídias digitais.
Portanto, o Paraná está no circuito Obama de veiculação, que nas últimas semanas garantiu um espaço adicional para as manobras do Presidente derrotado nas eleições de meio de mandato.
A Casa Branca usa cada vez mais as plataformas digitais, incluindo YouTube, Facebook, Medium, Vine, LinkedIn e Twitter. Além do site oficial, www.whitehouse.gov. Quem der uma olhada hoje à noite, vai ver uma novidade: GIFs de seis segundos para reforçar a mensagem e melhorar a compreensão do público.
A diretora de comunicação de Obama Jennifer Palmieri explicou ao NYTimes que todo mundo vai transmitir o discurso. A grande mídia acrescentará um filtro político, através de repórteres e analistas. Isso significa que para o público da Fox News não haverá a mensagem de Obama, mas a interpretação ultraconservadora de Rupert Murdoch, o dono da rede.
Com a mídia social o contato é sem intermediários. A fala é entendida de acordo com o referencial de cada pessoa. Os analistas políticos, a turma do Murdoch, só chegam depois.