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(Por Adriana Fortes)
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Sou do tipo que acredita que celular é aquele aparelho que nos permite conversar e, no máximo, mandar SMS.
Tenho um LG arcaico. As vezes o derrubo, ele se desmonta. Junto as peças e ele continua cumprindo seu papel.
Outro dia, eu esperava meu pequeno chegar da escola e fui abordada.
Um senhor alto de calça jeans e jaqueta me perguntou se eu sabia informar onde ficava o hospital São Lucas.
Comecei a explicar – ele com cara de tédio me interrompeu e mostrou um revolver enfiado na calça.
Me pediu que entregasse tudo. Falei que só tinha o celular e mostrei. Ele fez um gesto de silêncio.
-Fique ai quieta. Isso eu não quero.
Saiu caminhando calmamente.