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Pela intensidade do noticiário, parece que tudo depende dela.
A doutora Regina Brandão , psicóloga com curso em Cuba, foi chamada por Felipão à Granja Comari. Vai trabalhar a cabeça dos jogadores.
Não foi uma convocação discreta. Os gritos de Vem, Regina! ecoaram em todos os jornais, em cada saite, em cada rádio, em cada mesa redonda de jornalistas esportivos.
Isso é o oposto do que se imagina para um bom trabalho de psicológico, que depende do silêncio e do anonimato para ser eficaz. A letra D do código de ética da International Society of Sport Psicology – ISSP, da qual a doutora é sócia, diz que seus membros devem se conduzir de maneira que traga bem estar ao cliente e crédito à psicologia esportiva.
O código recomenda expressamente aos psicólogos: não explorem as relações com os clientes para benefício pessoal através da mídia ou da publicidade.
O contrário acontece. O mundo inteiro sabe que a seleção brasileira tem um problema de cabeça. Chora. Tem medo de cobrar pênaltis. Lida mal com a responsabilidade de disputar um título em casa.
Atenção, Brasil, vamos repetir: doutora Regina não convocou a mídia para revelar nossos problemas mentais. Foi Felipão. Ele está se sentindo meio abandonado. Ficou sozinho com os atletas, carente. Nestes dias que antecedem o jogo com a Colômbia ninguém vê na concentração os grandes cartolas como o presidente da CBF José Maria Marin e o vice Marco Del Nero.
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Reaparecerão se o Brasil for hexa. Caso contrário, a diretoria vai dispensar Felipão e lamentar a incompetência da Comissão Técnica e em particular da doutora Regina Brandão, seria candidata a bode expiatório por ser a única capaz de fazer a cabeça dos onze craques funcionar direito.